A Marinha chinesa ordenou, na sexta-feira (5), um navio de guerra americano a sair de uma área disputada no mar da China, anunciou o governo, pela primeira vez desde a posse do presidente americano Joe Biden.
Conforme a AFP, a China reivindica quase todas as ilhas do mar da China meridional e se queixa com frequência das operações nesse setor, palco de uma luta de influência com Estados Unidos.
Vários países vizinhos como Filipinas, Malásia, Brunei, Indonésia, Singapura e Vietnã questionam também algumas reivindicações chinesas nesta região, rota chave do comércio marítimo mundial.
O destruidor USS John S. McCain “entrou em águas territoriais das ilhas Xisha sem autorização”, disse o Exército chines, referindo-se às chamadas ilhas Paracelso, arquipélago de pequenas ilhas de coral.
“As forças navais e aéreas acompanharam de perto a situação e ordenaram [ao navio americano] sair da área”, afirmou o Exército em um breve comunicado, e acusou os Estados Unidos de ter “violado gravemente a soberania da China” e “ameaçar a paz regional”.
Em comunicado, a Marinha americana contradiz a versão chinesa dos fatos.
O USS John S. McCain “nunca foi expulso do território de outro país”, disse o porta-voz da Frota do Pacífico, o tenente James Adams.
“O destroyer norte-americano realizou essa operação de liberdade de navegação de acordo com o direito internacional e continuou suas operações normais em águas internacionais”, concluiu.
China considera a navegação estrangeira nessas águas um ataque à sua soberania, enquanto Estados Unidos e outros países consideram que a área pertence às águas internacionais e está aberta a todos.
Na quinta-feira, a China denunciou a passagem desse navio de guerra pela parte do mar que separa Taiwan da China continental.
Os navios americanos costumam passar por esse estreito, causando indignação na China, que considera a ilha como parte de seu território.