O governo da Argentina implementou desde a última segunda-feira (28) o programa “dólar soja 2”, com o intuito de arrecadar US$ 3 bilhões por meio de um incentivo às exportações e garantir fôlego diante de seus compromissos financeiros com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O decreto 787/2022, publicado na segunda no Diário Oficial do país, permite que os embarques da oleaginosa sejam feitos a uma taxa de câmbio especial de 230 pesos (ante patamar de 200 pesos) até o dia 31 de dezembro deste ano.
Dentre os motivos para o incentivo, o decreto cita a guerra na Ucrânia e a importância da Argentina como fornecedora do grão para o mundo.
O “dólar soja” faz parte do Programa de Incremento das Exportações, criado em setembro. A medida permitiu operações de liquidação cambial para compra de soja a uma taxa de câmbio de 200 pesos por dólar, gerando um volume negociado de quase 14 milhões de toneladas no período em que esteve em vigor.
Em nota, a consultoria Granar afirma que o recente programa procura gerar um processo semelhante. “O governo estima que com esta medida terá garantido (a arrecadação de) pelo menos US$ 3 bilhões, valor que permitirá ultrapassar em 15% a meta do Banco Central acertada com o FMI para reservas acumuladas (de dólares)”, disse a consultoria.
A Granar cita ainda que, durante reunião com entidades que compõem o complexo soja argentino, o ministro da Economia, Sergio Massa, afirmou que o governo pretende atingir um número de exportações recorde com a medida.
O programa também busca restaurar o diferencial das taxas dos direitos de exportação cobradas pelo Estado para os exportadores de farelo e óleo de soja, as chamadas “retenciones”. As vendas externas de produtos industrializados terão imposto de exportação reduzido de 33% para 31%.