Conforme o jornal Estado de S. Paulo, diversos governadores querem aproveitar o calor das discussões sobre os ataques da Rússia à Ucrânia para insistir na criação de um fundo de equalização dos preços dos combustíveis no Brasil, como alternativa à proposta de um valor fixo para o ICMS. A estratégia será condenar o conflito e ao mesmo tempo tratá-lo como momento oportuno para repensar soluções para os picos da gasolina e do diesel no País.
O impacto da crise europeia na cotação do petróleo vai ser objeto de análises nos encontros entre secretários de Fazenda dos Estados com parlamentares. Com o adiamento do debate sobre o tema no Senado, eles querem retomar a discussão com a Petrobras, resistente à ideia do fundo.
“A Petrobras é um Robin Hood invertido, tirando dos mais pobres para dar aos mais ricos”, disse o coordenador do Fórum de Governadores, Wellington Dias (PT-PI). “Basta ver o tamanho do lucro da Petrobras para perceber que há um verdadeiro aspirador de dinheiro para lucratividade fácil”.
“Se tivéssemos um governo com alguma eficiência, já teríamos um programa de contingência para ser colocado em prática, mas não há sensibilidade quanto ao impacto deste conflito no cotidiano dos brasileiros, sobretudo os mais pobres”, avaliou o governador João Doria (PSDB-SP).
Estados também se preocupam com o impacto dos conflitos para além dos combustíveis. “Vai aumentar muito os alimentos também”, avaliou Helder Barbalho (MDB-PA), ao citar o trigo.