O Ministério da Justiça e Segurança Pública recebeu 102.407 denúncias sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Os dados foram encaminhados à Polícia Federal (PF) para ajudar nas investigações.
O canal de denúncias foi criado no dia seguinte à invasão e depredação aos prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Planalto. Foram recebidos 121.588 arquivos e mais de 62 mil links.
Deputados, governadores, vereadores e prefeitos são citados segundo Rayssa Motta, do Blog do Fausto Macedo, em 7.003 denúncias de incitação aos protestos. Os nomes não foram divulgados. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estão na lista, diz o Blog.
“O volume de informações é grande, são mais de 100 GB de dados”, informou o secretário de Acesso à Justiça Marivaldo Pereira. Além do relatório bruto, que já foi compartilhado com a PF, a secretaria ainda pretende trabalhar melhor as informações para tentar identificar os radiciais e traçar seus perfis.
Entre os mais citados nas denúncias estão Ana Priscila Azevedo e Ramiro dos Caminhoneiros. Os dois estão presos preventivamente por ordem do STF e são apontados como lideranças das manifestações. Ela foi mencionada em 450 e-mails e o caminhoneiro em 25 mensagens. O teor das denúncias não foi divulgado.
O canal também recebeu 86 e-mails com vídeos que mostram a participação de Maria de Fátima Mendonça, a ‘Fátima Tubarão’, nos protestos. A idosa de 67 anos que ameaçou o ministro Alexandre de Moraes foi presa na terceira fase da Operação Lesa Pátria.
O Ministério da Justiça aposta nas informações sobre contas PIX para chegar aos CPFs dos radicais. A ferramenta de pagamento instantâneo foi usada para levantar recursos usados para financiar as manifestações golpistas. Mais de 300 pessoas denunciaram mecanismo. Possíveis financiadores foram denunciados em 2.600 e-mails.
“O mapeamento é interessante porque, por meio do PIX, é possível chegar a uma pessoa que provavelmente estava na organização dos atos”, acredita o secretário.