O Google comprará a startup americana de segurança cibernética Wiz por 32 bilhões de dólares (182 bilhões de reais), uma aposta importante do gigante da internet para acelerar seus passos na computação à distância (na nuvem).
A transação será feita inteiramente em dinheiro e deverá ser concluída em 2026, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira.
Esta é a maior aquisição até o momento feita pelo Google e sua matriz Alphabet, que reforça a sua presença no campo da segurança cibernética, considerado um mercado em crescimento.
Em 2022, o Google já havia adquirido outra empresa de segurança cibernética, a americana Mandiant, por 5,4 bilhões de dólares (27,8 bilhões de reais em valores de 2022).
Até agora, a maior transação do grupo com sede em Mountain View, Califórnia, havia sido em 2012, quando comprou a Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões (R$ 25,5 bilhões na cotação da época).
Fundada há apenas cinco anos, a Wiz já havia sido abordada pelo Google em 2024, mas seu conselho de administração rejeitou a oferta, estimada por vários veículos de comunicação dos EUA em US$ 23 bilhões (cerca de R$ 142 bilhões na cotação da época).
Em uma mensagem interna aos funcionários da empresa com sede em Nova York, o CEO e cofundador Assaf Rappaport indicou que o grupo preferia se preparar para uma saída da bolsa.
Depois desse revés, o Google voltou com uma oferta significativamente maior. A gigante californiana não hesitou em colocar na mesa o dobro da avaliação da Wiz em uma recente venda de ações, no final de 2024.
Assegurar a nuvem
“A inteligência artificial apresenta novos riscos, mas também novas oportunidades”, disse o CEO do Google, Sundar Pichai, durante uma teleconferência.
A integração do Wiz ao Google provavelmente “acelerará a capacidade das empresas de fortalecer sua segurança, ao mesmo tempo em que reduzirá custos e impulsionará a adoção da computação à distância (na nuvem)”, acrescentou.
A Wiz obteve US$ 500 milhões (R$ 3 bilhões) em receita recorrente no ano passado e espera ultrapassar US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões na cotação atual) em 2025.
O crescente uso da nuvem está aumentando o risco de ataques cibernéticos, já que as empresas utilizam infraestruturas localizadas em diferentes locais.
O auge da Inteligência Artificial (IA) requer que os centros de dados proporcionem capacidade de processamento e armazenamento, o que faz com que a nuvem seja ainda mais importante.
O Google, um pequeno ator na nuvem faz apenas há dez anos, ganhou poder progressivamente, até o ponto de alcançar vendas de 43 bilhões de dólares (214 bilhões de reais em valores de 2024) nesta atividade no ano passado (+30% em um ano).
A Wiz se distinguiu por desenhar um modelo de segurança cibernética baseado no uso da nuvem, Atualmente, equipa a metade das 500 maiores empresas americanas.
“Nossa missão é ajudar a todas as empresas a assegurar tudo o que fazem e executam na nivem, seja qual for essa nuvem”, disse Rappaport na coletiva telefônica. “A migração para a nuvem transformou a forma de criar software”.
A Wiz foi fundada por quatro israelenses, entre eles a Rappaport, antigo membro do serviço de inteligência cibernética do Exército israelense.
Antes, os cofundadores já haviam criado uma primeira empresa, a Adallom, dedicada a proteger software remoto (SaaS), programas que utilizam as empresas através da nuvem.
Em 2015, venderam a Adallom à Microsoft por 320 milhões de dólares (1,06 bilhão de reais em valores de 2015). A Microsoft, assim como o Google, estava pisando forte na nuvem e pretendia reforçar suas medidas de cibersegurança.