Em análise divulgada nesta última quarta-feira (14), o banco de investimentos americano Goldman Sachs contesta a melhora na nota de crédito do Brasil anunciada hoje pela agência de classificação de risco S&P e elogia apenas a política monetária do país —comandada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alvo de críticas constantes de Lula, do PT e do próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Assinado pelo analista Alberto Ramos, o texto do Goldman Sachs afirma que a melhora no risco de crédito brasieiro é “algo inesperada, dado que o novo arcabouço fiscal ainda não foi aprovado e as perspectivas e o conteúdo final da reforma dos impostos indiretos ainda são incertos”.
“Além disso, houve nos últimos meses uma clara deterioração das políticas microeconômicas e do ambiente regulatório”, prossegue o banco americano.
O Goldman Sachs escreve ainda que, para o Brasil recuperar o chamado grau de investimento —“selo de bom pagador”, que dá segurança aos investidores— são necessárias “reformas decisivas e políticas macro, micro e regulatórias que apoiem o investimento, promovam o crescimento da produtividade (ou seja, elevem o atual modesto potencial de crescimento real do PIB) e estabilizem a dinâmica da dívida”.
“Em nossa avaliação, excetuando a política monetária, o atual mix de políticas macro e micro e as perspectivas para reformas ainda estão significativamente aquém desse padrão”, acrescenta o banco de investimentos.