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Glenn Greenwald e David Miranda em audiência Pública da CPI da Espionagem — Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo
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segunda-feira 23 de outubro de 2023 às 15:43h

Glenn Greenwald e David Miranda também foram espionados pela Abin na gestão Bolsonaro, diz coluna

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A lista completa das pessoas espionadas irregularmente durante o governo Bolsonaro com um software de rastreamento de celulares ainda não é conhecida, mas a Polícia Federal já localizou mais dois adversários políticos do ex-presidente que foram alvo de arapongagem, informa Malu Gaspar, do O Globo: o jornalista Glenn Greenwald e seu marido, David Miranda, deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro que morreu em maio passado.

De acordo com fontes da PF, os celulares dos dois estão na lista de 1 800 telefones entregue pela Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, ao Supremo Tribunal Federal (STF), por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

A lista de alvos inclui também jornalistas, advogados, outros políticos e diversos outros adversários políticos do governo Bolsonaro entre 2019 e 2021, na gestão de Alexandre Ramagem, que hoje é deputado federal pelo PL do Rio.

Glenn Greenwald, que vive no Brasil com os filhos, fundou o site Intercept Brasil e foi um dos responsáveis pela série de reportagens sobre o caso Vaza Jato, que trouxe à tona mensagens hackeadas de investigadores da Lava-Jato.

Ele se tornou conhecido no mundo todo depois de publicar uma série de reportagens sobre os arquivos de Edward Snowden, ex-agente da Agência Nacional de Segurança, que denunciava uma série de iniciativas de espionagem ilegal de governos estrangeiros por parte dos Estados Unidos.

Já David Miranda foi vereador pelo Psol do Rio de Janeiro — segundo ele mesmo, “primeiro vereador assumidamente gay” da história da cidade, e depois se tornou deputado federal. Na Câmara, colecionou polêmicas com o clã Bolsonaro.

Os investigadores também já sabem que foram vigiados técnicos do TSE, o ex-deputado federal Jean Willys e um homônimo do ministro Alexandre de Moraes.

Embora tenha fornecido ao STF uma planilha com os telefones acessados com o programa First Mile, da israelense Cognyte, a Abin alegou não ter os nomes dos donos das linhas, porque estariam protegidos sob sigilo.

A resposta não convenceu a PF e nem o ministro Moraes, que durante as buscas na operação de sexta-feira constataram que os outros 31 200 acessos feitos com o programa espião foram apagados do sistema.

Os técnicos agora trabalham sobre o material apreendido para saber quando esses dados foram apagados, quem mandou apagar e por quê.

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