A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), falou a jornalistas sobre os destaques da resolução política aprovada pelo Diretório Nacional do partido neste último sábado (7). O documento, segundo Gleisi, passa por análise de conjuntura, pressões do mercado financeiro, realizações do governo Lula e sobre a tentativa de golpe de estado.
“A nossa linha (no texto da resolução) é a punição aos golpistas. Isso tem que acontecer. Sem anistia. Dando apoio à nossa proposta, que já foi apresentada à Câmara, de arquivamento do projeto de anistia. Isso está bem claro na resolução”, disse a presidente do PT a jornalistas. A reportatem é de Victor Ohana e Luiz Araújo, do Broadcast.
A versão final da resolução ainda mira o que o PT descreve como “artimanhas” da Faria Lima para “minar conquistas econômicas e sociais por meio da especulação”. Outro ponto de destaque é a acusação da sigla à suposta “sabotagem” do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para paralisar a agenda do Palácio do Planalto por meio de altas na taxa básica de juros, atualmente em 11,25%.
Sobre as pressões do mercado financeiro à atual gestão, Gleisi afirmou que o Diretório considera não estar havendo a devida resposta mesmo diante de iniciativas do governo. “Mesmo apresentando medidas para contenção do crescimento de despesa. (O mercado) não se sacia, quer mais.” Como mostrado pelo Estadão, a desconfiança com o mercado financeiro já estava em destaque no início da cúpula petista, na última quinta-feira, 5. As manifestações ocorreram apenas um dia após a publicação de pesquisa Quaest que revelou que a reprovação do presidente Lula da Silva (PT) subiu de 64% para 90% entre integrantes do mercado financeiro.
A presidente do PT ressaltou ainda que o texto da resolução aprovada neste sábado “reafirma a defesa dos direitos do povo brasileiro”. “Falamos de algumas bandeiras. A redução da escala 6×1. Falamos sobre a questão das bets, que é algo que nos preocupa muito também. Falamos da questão do transporte público. Reafirmamos nosso compromisso com a tarifa zero do transporte público”, acrescentou.
Os ataques da resolução do partido ao BC e ao mercado financeiro contrastaram com críticas sutis – e vastos elogios – à política econômica do governo. “As realizações do governo são extraordinárias, mas nem sempre isso é percebido adequadamente pela sociedade, devido à timidez de vários dos nossos porta vozes em travar abertamente o debate e a disputa política contra as forças conservadoras e reacionárias”, avaliaram os dirigentes do PT.
O partido reconhece que “as entregas” citadas na resolução, como redução da taxa de desemprego e menor índice histórico de pobreza no País, “não estão se traduzindo em aumento de popularidade de Lula e de sua gestão”. A resolução propõe, portanto, que Lula se engaje no embate político com a extrema-direita e utilize a cadeia nacional de rádio e TV para comunicar políticas públicas e disputar pautas.
O texto tem dez páginas traça um diagnósticos amplo dos resultados obtidos pelo governo Lula desde o ano passado. A resolução vai orientar o processo decisório do partido no ano que vem e a formação de alianças para as eleições de 2026.