A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse nesta última sexta-feira (21), em entrevista à CNN, que considera injustas as críticas feitas recentemente pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, ao presidente Lula da Silva (PT).
— Acho que Kassab está muito injusto com o presidente Lula que ele conhece tão bem e há tanto tempo. O Lula sempre foi uma pessoa de ouvir os outros, de ouvir vários setores, nunca se pautou apenas pela opinião de um ou outro partido quando está no governo — disse Gleisi.
O PSD ocupa três ministérios no governo: Pesca com André de Paula, Agricultura com Carlos Fávaro e Minas e Energia com Alexandre Silveira.
Gleisi também advogou que Lula amplie as alianças de olho na eleição de 2026.
— Eu defendo que a gente tenha uma frente ampla para a eleição do presidente Lula, maior até do que a gente teve em 2022. É um processo em construção.
Em relação à possibilidade de o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), entrar na disputa presidencial, a ministra afirmou.
— Eu não sei se ele será candidato.
Em seguida, acrescentou:
— Nós não escolhemos adversário, qualquer que venha nós vamos enfrentar.
Gleisi também defendeu a primeira-dama Janja da Silva de ataques e disse que ela deveria ter um cargo no governo.
— Eu defendo sim, que tenha um ponto de um cargo honorífico (sem remuneração), ela não vai receber nada. Porque é importante para que ela possa prestar contas, falar. Eu não vejo problema nenhum. E acho que é importante ela ter condições de atuar, ela é a companheira do presidente da República, ela tem um peso social importante
A ex-presidente do PT ainda criticou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que nesta semana anunciou que passaria um tempo nos Estados Unidos.
— Eduardo Bolsonaro presta desserviço ao Brasil, difamando o país, mentindo sobre o Brasil lá fora, dizendo que aqui é um ditadura, ou seja, ele tentou criar uma situação para se vitimizar e dizer que ele estava sendo perseguido.
Gleisi também chamou o parlamentar de “medroso”.
— A ditadura quem defende são eles, são os Bolsonaro, que defenderam ditadores, os torturadores publicamente e que queriam fazer um golpe de Estado aqui. Então, em primeiro lugar, o que tem que ficar claro é isso. Segundo, o problema dele é que ele não enfrenta o debate político, é medroso. Ou seja, ele tinha que enfrentar o debate político aqui.
Para a ministra, o debate sobre um projeto de anistia para os envolvidos no 8 de janeiro visa beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
— Esse debate da anistia a gente tem que colocar no lugar certo. O que está em movimentação no Congresso Nacional é a liberação do Bolsonaro. É disso que trata aquele projeto de lei. Nós somos contra, não é uma questão de interesse de governo, é uma questão de interesse de país.
Ao falar na entrevista sobre economia, Gleisi disse que a meta de inflação no Brasil não está “absurdamente estourada” e descartou uma necessidade mudança da meta.
— Acho que a gente tem meta de inflação bem justa, de 3% com as bandas. Não acho que seja o caso de fazer essa discussão de mudança e também não acho que a inflação, mesmo estando acima da banda da meta, esteja absurdamente estourada