A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou no último sábado (16) a ideia de acabar com a reeleição presidencial. Em mensagem publicada nas redes sociais, a dirigente partidária classificou a iniciativa como “oportunista” e “retrocesso”. A declaração acontece após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ter falado diversas vezes em pautar a ideia no Congresso.
“Mesmo que seja para valer só a partir de 2030, a proposta para acabar com a reeleição de presidentes é oportunista e representa um retrocesso na representação democrática da maioria da população”, se queixou Gleisi.
A possibilidade de reeleição para o cargo de presidente da República foi criada em 1997, durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, que se reelegeu um ano depois. A presidente do partido de Luiz Inácio Lula da Silva disse que a regra foi criada pelos tucanos “em benefício próprio” e que na época as “elites apoiaram e aplaudiram”.
Apesar disso, a parlamentar admite que o PT também deseja continuar usufruindo da prerrogativa.
“Quando presidentes do PT (Lula e Dilma Rousseff) foram reeleitos, aí a reeleição virou problema. Desde o golpe contra Dilma, os poderes da presidência vêm sendo reduzidos e até usurpados pelo Congresso, especialmente na execução do Orçamento, que favorece a reeleição da maioria conservadora, em detrimento dos interesses do país”, completou a presidente do partido.
Em setembro, durante um evento no Rio de Janeiro, Pacheco criticou a reeleição e disse que o Senado vai se debruçar sobre o tema.
— Eu indago o instituto da reeleição no poder Executivo: fez bem ao Brasil? A minha percepção é de que não foi bom para o país. Quando se coloca no colégio de líderes, todos tendem a acreditar que o fim da reeleição seja bom para o Brasil — disse.
Não é a primeira vez que Gleisi vai para as redes sociais criticar iniciativas patrocinadas pelo presidente do Senado. Ela também já reclamou do fato de os senadores avançarem com a PEC que limita decisões individuais no Supremo Tribunal Federal, na ocasião ela disse que Pacheco “presta serviço para a extrema direita”.
Outro alvo das mensagens de Gleisi costuma ser o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobretudo pela tentativa dos deputados de ter mais poder sobre o orçamento federal.