Após o presidente Lula da Silva (PT) fazer comentário comparando os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, deputados federais da oposição divulgaram neste domingo uma lista de assinaturas pedindo o impeachment do petista. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu à movimentação iniciada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), chamando-a de “pistoleira” e “tóxica”.
“Golpistas querendo impeachment de Lula só pode ser piada. É só ver quem está liderando a turma, a pistoleira Carla Zambelli, propagadora de fake news, ré no STF e investigada por ataques ao Judiciário, que virou pessoa tóxica até entre os bolsonaristas. Melhor se cuidarem porque aqui golpistas não se criam mais, temos leis e instituições atentas”, escreveu a presidente do PT em seu Twitter, se referindo ao episódio em que a deputada po PL sacou arma e apontou para homem nos Jardins, em SP, se tornando ré do STF por perseguição armada.
Carla Zambelli, por sua vez, continua usando seu Twitter para criticar Lula, dizendo inclusive que ele “se alia ao terrorismo”, e convocando mais deputados para assinar o pedido de impeachment. De acordo com a parlamentar, o documento possui assinatura de 40 deputados.
“A democracia relativa de Lula em ação! Ao criticar defesa de Israel contra um grupo terrorista ele se alia ao terrorismo e ao passar pano pra amigo ditador na Venezuela ele também compactua com a ação de Maduro, enfim, Lula já escolheu seu lado e garanto que não é o lado do Brasil!”, publicou ela em seu perfil.
A declaração de Lula aconteceu neste domingo, durante entrevista a jornalistas no hotel em que está hospedado em Adis Abeba, a capital da Etiópia. Na ocasião, ele comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza, que classificou como ‘genocídio’, às mortes no Holocausto, com o extermínio de judeus pelo governo nazista de Adolf Hitler na Alemanha.
— O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus — afirmou o presidente.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) repudiou as declarações de Lula. Para o Conib, trata-se de “distorção perversa da realidade” que “ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.