O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou, nesta terça-feira (26), sua renúncia oficial ao cargo que ocupava desde junho de 2018.
A decisão de Conte foi oficializada segundo o Pleno News, após uma reunião com o presidente da República, Sergio Matarella, e aconteceu uma semana depois dele ter “sobrevivido” a um voto de confiança no Parlamento.
Segundo a imprensa italiana, a decisão de Conte é reflexo de uma crise aberta pelo ex-primeiro-ministro e senador Matteo Renzi, líder do pequeno partido de centro Itália Viva (IV), que decidiu romper com o governo por discordar das políticas econômicas e da gestão de repasses da União Europeia feitas pelo agora ex-premiê.
Conte foi obrigado a pedir o voto de confiança do Parlamento na semana passada e conseguiu uma maioria estreita na Câmara dos Deputados (321 votos de um total de 630), porém teve de se contentar com uma maioria relativa no Senado (154 de 320), obtida graças à abstenção de 16 membros do IV. O instrumento é usado pelo primeiro-ministro para pedir apoio em suas decisões.
No entanto, com a expectativa de uma derrota na votação no Senado na quarta-feira (27) sobre um relatório do ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, o que causaria a queda do governo, Conte decidiu se antecipar e entregar o cargo.
O que correrá agora?
Com a renúncia de Conte em mãos, o presidente Mattarella iniciará consultas com os partidos na tarde de quarta-feira (27) para verificar a possibilidade de se construir uma nova maioria no Parlamento. O presidente poderia, inclusive, indicar outra pessoa para formar um governo, dependendo dos resultados das conversas com as legendas.
Os partidos de direita Liga, de Matteo Salvini, e Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni, querem a convocação de eleições, enquanto o partido de centro Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, que poderia ser redimensionado por uma ida antecipada às urnas, já defendeu um “governo de união nacional” para administrar a Itália nos próximos meses de pandemia.