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quarta-feira 26 de fevereiro de 2025 às 14:17h

Gigante francesa Ipsos compra brasileiro Ipec, o antigo Ibope

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A Ipsos, gigante francesa das pesquisas de opinião avaliada em € 2 bilhões na Bolsa de Paris, está adquirindo o brasileiro Ipec — fundado em 2021 por ex-executivos do tradicional Ibope Inteligência, que encerrou suas atividades naquele ano após quase oito décadas. A aquisição marca a entrada do grupo internacional no segmento brasileiro de pesquisas eleitorais — uma de suas fortalezas em mercados como França e EUA.

O valor da transação não foi informado pela Ipsos.

De acordo com a companhia, o plano é “continuar com a realização de pesquisas eleitorais, aproveitando toda a expertise do Ipec neste tipo de estudo, aliada ao conhecimento global que a Ipsos possui nessa área, sendo a maior empresa do mundo neste segmento.” O histórico de pesquisas de opinião do Ipec também será preservado, disse a companhia.

“Esta aquisição nos permite expandir nossa oferta de opinião pública na América Latina e atender à crescente demanda de nossos clientes por pesquisas de alta qualidade no Brasil, com base em nossos 30 anos de experiência no país”, afirma Ben Page, CEO global da Ipsos, em comunicado.

Desistência de compra da Kantar
A compra ocorre poucas semanas após a Ipsos desistir de fazer uma oferta pela britânica Kantar Media, cujo grupo adquiriu o Ibope em 2014 e, sete anos depois, encerrou o licenciamento da empresa de pesquisas de opinião. Hoje, a marca Ibope continua na Kantar Ibope Media, que tem entre seus serviços a medição de audiência e produtos voltados para o segmento de marketing.

Criado por ex-executivos do Ibope, o Ipec “herdou” sua expertise em pesquisas de opinião e análises políticas, além de realizar também estudos de consumo. Mas, se o Ibope era sinônimo de pesquisa eleitoral no Brasil até poucas décadas atrás, o Ipec surgiu em um cenário competitivo mais acirrado, diante da proliferação de institutos de pesquisa que cavando espaço na mídia e entre partidos políticos.

“Nesses quatro anos, o Ipec cresceu, se desenvolveu e se fortaleceu. Hoje, tem uma participação significativa de mercado. Essa união com a Ipsos vai proporcionar mais força e oportunidades de crescimento, inovação e desenvolvimento contínuo em uma empresa multinacional que é líder na área de opinião pública no mundo”, disse a CEO e cofundadora do Ipec, Marcia Cavallari, em vídeo distribuído a investidores e visto pela coluna.

Segundo Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil, o objetivo é utilizar as tecnologias e metodologias aplicadas pela Ipsos nos 90 países onde a empresa atua também nos produtos oferecidos pelo Ipec.

“Este movimento chega em um momento crucial. À medida que o mercado atravessa um período em que pesquisa, dados e insights são essenciais, nossa união com o Ipec oferece uma vantagem estratégica para empresas, marcas e instituições que buscam entender as mudanças sociais e as tendências de consumo em constante evolução”, comentou o executivo no comunicado.

Desde 1997 no Brasil

Fundada há meio século em Paris, a Ipsos entrou no Brasil em 1997. Poucos anos depois, em 2001, fez uma aquisição importante no mercado local, absorvendo a tradicional firma de pesquisas Marplan, cujos estudos são realizados desde os anos 1960.

A companhia vem anunciando aquisições em série no passado recente. Além de ter cogitado fazer uma proposta pela Kantar Media, a Ipsos comprou, há menos de um mês, a australiana Where to Research, especializada em estudos para o setor público. Em janeiro, absorveu também a alemã Infas. Um ano atrás, adquiriu a maior empresa do segmento na Holanda, a I&O Research, e a inglesa Jarmany, especializada em análise de dados.

Nos primeiros nove meses de 2024, a Ipsos faturou € 1,7 bilhão, um crescimento de 3,3%. O desempenho representou uma desaceleração devido ao “contexto de incerteza na macroeconomia e na geopolítica”, informou a companhia a investidores em outubro.

Nos últimos 12 meses, as ações da Ipsos acumulam queda de 30% na Bolsa de Paris, contra alta de 2,5% do CAC 40, principal índice local. O papel subiu, porém, 60% em uma janela de cinco anos, enquanto o CAC 40 ficou no zero a zero no período.

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