Segundo informações de Fernando Duarte, do portal Bahia Notícias, o governo Jerônimo Rodrigues (PT) já tem uma projeção de onde alocar o vice-governador Geraldo Jr. (MDB), dando a ele status de secretário ao tempo em que não o mantém como uma função decorativa na administração. Fontes de Duarte indicam que o governador avalia recriar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) para alocar Geraldo Jr., sem demandar qualquer mudança nos espaços dos demais integrantes.
O Codes foi um órgão que funcionou ainda na primeira administração do então governador Rui Costa com o formato de uma “secretaria extraordinária” e permitiu que o então ex-ministro Jaques Wagner fosse alocado em um posto político. Antes, o Codes tinha caráter consultivo. Wagner, que criou o órgão, tinha deixado o governo da Bahia em 2015 e migrou para a Esplanada dos Ministérios de Dilma Rousseff. Após o impeachment, o ex-governador cumpriu uma quarentena obrigatória antes de assumir o Codes.
No mesmo formato do “conselhão” da então gestão Dilma, o Codes tinha como escopo o assessoramento ao governador para a elaboração de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Wagner ficou no órgão baiano até migrar para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), onde permaneceu até o período de desincompatibilização para concorrer ao Senado, onde exerce o mandato atualmente.
Destino de Geraldo Jr.
Caso confirmada a recriação do Codes e a nomeação de Geraldo Jr. como coordenador, a expectativa do governo segundo Fernando Duarte, do Bahia Notícias, é permitir que o vice participe dos debates da administração estadual ainda que não ocupe uma secretaria ordinária – ou mesmo controle um órgão com status de secretaria, mas já sob a batuta de uma legenda.
Jerônimo tem tentado manter Geraldo Jr. em evidência, apresentando-o como coordenador de eventos como o Carnaval de 2023 e o São João. Todavia, há, nos bastidores, a leitura de que o destino do ex-vereador de Salvador era uma equação difícil de ser resolvida pelo governador.
No Codes, Geraldo Jr. ainda faria a interlocução com setores empresariais, algo que ele tenta fazer desde a indicação para compor a chapa com o petista. As próprias declarações recentes do vice, defendendo ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), também sugerem que ele tem buscado um diálogo com movimentos sociais, algo caro à história de Geraldo Jr. O “conselhão” baiano então juntaria duas pontas e permitiria que Geraldo Jr. tivesse espaços dentro da gestão estadual.