Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno depõe à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos nesta terça-feira (26) e analisou, no início da sessão, as informações vazadas na semana passada sobre parte do conteúdo da delação premiada de Mauro Cid à Polícia Federal. “O tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões. O tenente-coronel Mauro Cid era ajudante de ordens do presidente da República, e não existe essa figura do ajudante de ordens que se senta em reunião com comandantes das Forças Armadas”, afirmou. “Ele [Mauro Cid] participar da reunião é fantasia. Isso é fantasia”, acrescentou.
“A mesma coisa sobre essa delação premiada ou não premiada do Mauro Cid. Estão apresentando trechos dessa delação, o que me estranha muito porque a delação ainda é sigilosa. Ninguém sabe o que o Cid falou”, disse Augusto Heleno. O general se refere às informações adiantadas por O Globo sobre a colaboração premiada do braço-direito de Jair Bolsonaro na Ajudância de Ordens; segundo as quais, o militar relatou à Polícia Federal minúcias de um encontro entre o ex-presidente e a alta cúpula das Forças Armadas após a derrota na eleição no ano passado.
Na ocasião, de acordo com Cid, Bolsonaro propôs um golpe de Estado para permanecer à frente do Palácio do Planalto. O Exército, segundo Cid, declinou da sugestão. O almirante Almir Garnier, entretanto, teria colocado as tropas da Marinha à disposição do então presidente da República. Sobre a existência do encontro delatado por Mauro Cid, Heleno afirmou não ter participado da reunião. “Eu não era chamado para essas reuniões da cúpula milita”, garantiu.