Entrevistado nesta segunda-feira (3) pelo programa Isso É Bahia da A Tarde FM, o ex-ministro e ex-deputado Geddel Vieira Lima (MDB) endossou o discurso adotado por alguns caciques petistas na Bahia em relação a demora da escolha do nome do grupo que disputará as eleições municipais em Salvador.
Geddel validou a ideia de que os mais variados partidos da base demonstrem interesse em encabeçar uma chapa na disputa em Salvador, ainda mais o MDB, reforçando o nome do vice-governador Geraldo Jr..
“É absolutamente natural que todos os partidos desejem disputar a eleição encabeçando uma chapa. Não é diferente no MDB. O nome do vice-governador Geraldo Jr., dentro do quadro que está aí, surge como o mais natural no campo liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues. Por razões simples: foi vereador de Salvador, presidente da Câmara Municipal, é vice-governador do Estado e tem uma grande atuação na capital. Portanto, é um nome que seria uma candidatura natural”, disse.
O ex-ministro, no entanto, disse que o processo de escolha está sendo “bem conduzido” pelo governador e defendeu que haja uma unidade em torno de um nome do grupo.
“Esse processo está sendo bem conduzido, acho que deve haver uma unidade em torno disso. É natural o PT apresentar candidato? É natural o PT postular uma candidatura. Mas não é natural querer usar o fato de ter o presidente da República e o governador do Estado para tentar atropelar aliados e impor uma candidatura que não seja natural”, pontuou.
Geddel endossou ainda a fala do senador Jaques Wagner em relação à escolha da Major Denice em 2020.
“Não dá para se repetir — com todo respeito à figura pessoal da pessoa que eu vou citar — uma candidatura Major Denice. Não se inventa em política. O nome natural, eu acho que é o de Geraldo Junior. No entanto, vamos conversar. O MDB, pela sua própria característica, é um partido que está aberto a conversas, a composições, a ver qual é o melhor caminho para conduzir à vitória. Acho que a vitória é possível, palpável e viável. Vai depender de como o governador Jerônimo conduz esse processo”, disse.
O senador Jaques Wagner tem mais uma vez razão. As conversas precisam começar a acontecer, a afunilar. O governador Jerônimo Rodrigues tem que começar a apalpar com mais firmeza essas pretensões, não permitir que fiquem soltando especulações, balões de ensaio na imprensa, porque isso termina gastando antes da hora essas relações.
Geddel Vieira Lima
“Tem que ter critérios claros. O candidato que, eventualmente, o PT quiser apresentar, se quiser apresentar, pontua bem nas pesquisas? Agrega apoios partidários? Ele tem tradição de militância política em Salvador? Ele não é uma invenção exatamente para que o PT possa ter esse supostamente desejado protagonismo? Aí tem base para conversa. Tem um nome melhor? Está bom. Coloca na mesa esse nome melhor, mas que venha com características objetivas que possam convencer os demais partidos de que é um nome melhor. Olívia é um nome que inquestionavelmente tem militância na política de Salvador. É um nome para ser apreciado, é um nome respeitado. Daí a inventar coisas, eu acho que não é um bom caminho”, questionou Geddel.