O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), defende em entrevista publicada pelo jornal A Tarde, que o Ministério Público vá fundo na investigação dos cachês pagos a artistas pelas prefeituras municipais. Para o chefe do Legislativo baiano, a festa é importante, mas os gastos com os festejos precisam ser repensados diante da situação da população.
“São 30 milhões de pessoas que voltaram para baixo da linha da pobreza, gente que não tem dinheiro para comprar um botijão de gás e se gastar milhões com o cachê de um só artista é escandaloso, é um acinte. É uma irresponsabilidade gastar milhões com Gusttavo Lima, que nem cantor de forró é, quando muita gente está passando fome”, critica Menezes.
O presidente defende que o Congresso Nacional tome providências na questão, inclusive modificando a Lei de Licitações, estabelecendo limites para a contratação de artistas através das prefeituras, acabando com “essa farra”, mas respeitando a autonomia de estados e municípios.
“A Lei Rouanet é motivo de muitas críticas, mas ela estabelece limites e contrapartidas, é realizada através de dedução do Imposto de Renda, em patrocínio privado, enquanto a contratação de shows e artistas pelas prefeituras é com dinheiro público, sem critério nenhum, com indícios de superfaturamento e possível pagamento de propinas. Há que se respeitar a autonomia dos municípios e estados, mas tudo tem limite”, advoga o deputado.
Menezes diz que a cantora Anitta fez um serviço ao país ao colocar o dedo na ferida. “Muito artistas foram acusados, através de fake news, de receber recursos através da Lei Rouanet. Agora, Anitta fez o país ‘descobrir’ o rombo causado pelos cachês pagos pelas municipalidades a sertanejos e afins. O Ministério Público e pelos tribunais de contas têm mesmo que fiscalizar e acabar com mais essa vergonha no país”, apontou o deputado.