A inflação nos Estados Unidos registrou um aumento de 0,4% em março, impulsionada principalmente pelos custos de aluguéis, seguro de automóveis e gás, conforme divulgado pelo Departamento de Estatísticas. Em termos anualizados, o índice alcançou 3,5%, um aumento em relação aos 3,2% observados em fevereiro, ainda distante da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (Fed), o banco central do país.
Economistas apontam que os dados de março sugerem um desafio maior para o Fed no que diz respeito à redução da taxa de juros, que atualmente varia entre 5,25% e 5,5% ao ano, o patamar mais elevado desde 2001. “Os números de março enfraquecem a confiança dos técnicos do Fed. Isso, no mínimo, deve postergar os cortes nas taxas de juros para setembro”, disse Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide, um fundo de investimento imobiliário.
Segundo a Capital Economics, as informações mais recentes aumentam a probabilidade de o Fed realizar apenas dois cortes de juros neste ano, de 0,25 ponto porcentual cada, contrariando a expectativa anterior de três reduções.
A consultoria Oxford destaca que a robustez do mercado de trabalho e os avanços recentes na contenção da inflação oferecem ao Fed a “flexibilidade para agir com paciência”. Caso não ocorra um corte de juros em junho, a próxima oportunidade seria em setembro, dado o intervalo reduzido de divulgação de dados econômicos entre junho e julho que poderiam influenciar as decisões do Fed, conforme análise da consultoria.
Ata
A ata da última reunião do Fed, divulgada nesta quarta, 10, revelou que os técnicos da autoridade monetária destacaram os indicadores “robustos de atividade econômica” e os “resultados decepcionantes” da queda de preços. Por isso, enfatizaram que não consideravam apropriado “reduzir as taxas de juros” até que houvesse “maior confiança de que a inflação está se encaminhando de forma sustentável para a meta de 2%”.