A FUP (Federação Única dos Petroleiros) e seus sindicatos realizarão um ato nesta terça-feira (14) com o objetivo de barrar a tentativa da Petrobras de alterar as regras do teletrabalho, que afetam diretamente a categoria. As mobilizações acontecerão no Edifício Sede da empresa (Edisen), no Rio de Janeiro, e outras bases administrativas, além de unidades operacionais.
A Petrobras, atualmente, adota uma regra que permite aos funcionários das áreas administrativas trabalhar até três dias remotamente e dois dias presencialmente. No entanto, a empresa propõe inverter essa lógica, permitindo apenas dois dias de trabalho remoto e impondo três dias presenciais, sendo que pelo menos um desses dias deve ser uma segunda-feira ou uma sexta-feira.
A FUP se posiciona contra essa mudança determinada unilateralmente e argumenta que as regras de teletrabalho precisam ser adaptadas às atividades específicas de cada trabalhador. A Federação acredita que há funções que podem ser realizadas integralmente de forma remota, enquanto outras exigem presença física. Mesmo com a regra atual, muitos trabalhadores acabam indo para as unidades da Petrobras sem necessidade de interação presencial, caracterizando o que é conhecido como “teletrabalho presencial”.
“A Federação propõe que a quantidade de dias de trabalho remoto e presencial seja avaliada de forma mensal e não semanal, oferecendo mais flexibilidade para atender às necessidades dos trabalhadores e da empresa. Para isso, a criação de um comitê em cada unidade para analisar individualmente cada caso é uma das sugestões”, explica Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
A Petrobras tem se recusado a negociar com os sindicatos, impondo suas próprias regras sem justificativa clara, desconsiderando os impactos no dia a dia dos trabalhadores. “Não há evidências de que o teletrabalho tenha prejudicado a produtividade”, reforça Cibele Vieira, diretora da FUP. “Acreditamos que a mudança no modelo de trabalho deve ser discutida de maneira transparente, respeitando os interesses de ambas as partes”, diz ela.
A proposta da empresa de mudar a regra sem diálogo tem gerado indignação, pois muitos trabalhadores reorganizaram suas vidas pessoais com base na flexibilidade do teletrabalho. A FUP reforça que a alteração unilateral das regras, sem levar em consideração a diversidade das atividades dentro da Petrobrás, afeta a organização da vida desses trabalhadores e que é fundamental que a mudança seja negociada com a categoria.