No final de 2015, uma tragédia humana e ambiental avassaladora, ocorrida após o rompimento de uma barragem da Samarco em Mariana, no interior de Minas Gerais, deixou o Brasil em estado de choque.
Diante de quase duas dezenas de vítimas fatais e prejuízos à natureza que fizeram deste o pior desastre ambiental do país, diversos políticos se movimentaram para dar um resposta à sociedade.
Em Brasília, 226 deputados assinaram requerimento para a criação de uma frente parlamentar que discutiria o setor de mineração no anos seguintes, abordando políticas de incentivos, medidas de prevenção e a conservação do potencial minerário, entre outros aspectos. A frente parlamentar foi então criada e será arquivada nos próximos dias por conta da mudança de mandato do Congresso. Mas ela nunca se reuniu.
Em entrevista ao G1, o articulador e coordenador do grupo, Sérgio Souza (MDB-PR), afirmou que o fato de os parlamentares jamais terem se reunido deve-se basicamente a dois fatos: 2016 foi um ano de eleições municipais, que demandaram as atenções dos políticos, e o elevado número de atribuições dos deputados.
“Não deu tempo de tocar (a frente parlamentar). Eu era presidente da frente parlamentar do setor sucroenergético, estava na diretoria da frente do biocombustível, na diretoria da frente do cooperativismo, na presidência da Comissão de Agricultura. E aí falei para o pessoal que eu não tinha condições de tocar, que não tinha tempo. Falei: ‘Vamos achar alguém que se interesse para tocar’. Mas aí, naquele momento, era eleição municipal. Depois, ficou para o ano seguinte e foi um período conturbado. No segundo ano, eu ainda estava na relatoria de CPI”, argumentou.
Souza disse ainda que deputados estão debatendo a criação de uma nova frente parlamentar da mineração, que entraria em atividade logo após as eleições da Câmara e do Senado, no mês que vem.