Uma fraude que envolve a apresentação de registros profissionais e diplomas falsos por candidatos aprovados entre 2017 e 2022 em concursos para o cargo de técnico administrativo da Força Aérea Brasileira (FAB) tem causado uma onda de demissões na Força. Entre diplomas e registros profissionais, os documentos de 208 postulantes estão sob suspeição. Parte deles já tiveram a fraude comprovada e os responsáveis foram afastados, outra parte ainda é investigada.
Segundo apuração do portal Metrópoles, o esquema tinha como um dos seus pontos a emissão de registros profissionais pelo Conselho Regional de Administração do Distrito Federal (CRA-DF). Sem checagem, diplomas de cursos técnicos chegariam em lotes ao CRA-DF a fim de que fosse feita a emissão dos registros profissionais e certificados cada vez que abria um concurso nas Forças Armadas. A prática foi registrada ao longo de 6 anos.
Por sua vez, os certificados emitidos não possuíam numeração de registro nem no Ministério da Educação e nem na Secretaria de Educação do DF. A numeração de registro é um dos pré requisitos para a emissão dos mesmos. Assim como os registros profissionais, também os diplomas que chegavam ao CRA-DF careciam da numeração.
A denúncia aponta que nesse contexto, mesmo sem a apresentação de histórico escolar e com todos os diplomas em segunda via, o CRA-DF ainda assim emitiu 208 certificados, em numeração sequenciada. São justamente esses que estão sob suspeição. Desses 208 ‘diplomados’ suspeitos de fraude, 34 passaram em concursos. A maioria teria ido para a FAB e alguns para o Exército.
Com nova diretoria no comando desde a virada do ano, o CRA-DF declarou à imprensa que só se manifestará sobre irregularidades anteriores após analisar a documentação referente à denúncia. O Conselho também afirmou que caso comprove as fraudes, encaminhará o caso ao Ministério Público e à Polícia Federal.
Por sua vez, a FAB alega que já apurou alguns dos casos, confirmou a fraude nos certificados e anulou as entradas na Força daqueles que falsificaram documentos. Os acusados respondem a processo na Justiça Militar e a Aeronáutica não revelou seus nomes ou a quantidade de militares que foram afastados para não atrapalhar as investigações que estão em andamento.