A França quer reestatizar 100% a Électricité de France, maior empresa de energia nuclear da Europa. Hoje, o governo tem 84% das ações e deseja recomprar tudo o que está com o mercado desde 2004. O governo francês afirma que terá mais segurança energética reassumindo o controle total da companhia.
O mercado reagiu bem ao anúncio. Na última terça-feira (19), depois do comunicado do governo, as ações da EDF subiram 14,7% na Bolsa de Paris.
A proposta do Palácio do Eliseu é pagar € 12 por ação. Valor inclui um prêmio de 53% face à cotação da EDF em 5 de julho, 1 dia antes da divulgação da intenção de compra pelo governo. Também quer adquirir 60% das obrigações convertíveis que não estão nas mãos do Estado francês.
Ao todo, a França investirá € 9,7 bilhões para reassumir o controle total da empresa. O governo francês defende que a medida facilitará uma reestruturação operacional e nas contas da companhia.
Centrais nucleares da EDF precisam de manutenção e modernização. Hoje, a empresa recorre à compra de energia externa para cobrir quebras de fornecimento causadas por problemas de infraestrutura. Isso reduz ainda mais os seus lucros.
Adicionalmente, tem uma dívida de € 43 bilhões e lida com leis colocadas em prática para segurar o preço da energia aos franceses.
A EDF tem 32,5 milhões de clientes e mais de 167 mil funcionários. Em 2021, faturou € 81 bilhões. O resultado líquido foi de € 4,7 bilhões.