O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) disse na última quinta-feira (11) que a investigação da Polícia Federal (PF) contra ele sobre as supostas espionagens ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “uma covardia extrema”. Para o vereador, a ação rende “um trauma desnecessário” à família do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da agência e pré-candidato à prefeitura da capital fluminense, também investigado.
A declaração ocorreu durante a entrega da maior honraria do Legislativo do Rio, a medalha Pedro Ernesto, ao deputado federal. No discurso na Câmara Municipal, o vereador afirmou não ter mantido relação com Ramagem enquanto ele exercia a função de diretor da Abin. “Foi nenhuma (relação). É curioso, chega a ser engraçado. Tive uma preocupação inicial de jamais demonstrar qualquer tipo de proximidade profissional”, afirmou o filho do ex-presidente.
O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira, 11, que a investigação da PF sobre as supostas espionagens ilegais da Abin no governo Jair Bolsonaro é “uma covardia extrema”. A declaração ocorreu durante a entrega da maior honraria do Legislativo do Rio, a… pic.twitter.com/3clrdN6gUZ
— Política Estadão (@EstadaoPolitica) April 12, 2024
De acordo com Carlos, o afastamento do amigo se deu para evitar que fizessem “maldade” com os dois. “E culminou os senhores sabem com o quê”, disse o vereador se referindo a investigação que tem como alvo os dois parlamentares e apura a existência de ligação entre eles e as ações da “Abin paralela”. Carlos e Ramagem foram alvos de mandados de busca e apreensão pela PF e negam ter participado de monitoramento de autoridades no órgão.
Carlos disse ainda que jamais pensou que essa situação poderia ocorrer. “Uma covardia extrema. Jamais pensei que o Ramagem, como presidente da Abin e então deputado federal, fosse passar pelo que passou”, afirmou o vereador, afirmando que “essas coisas acontecem não por acaso, mas certamente para nos fortalecer”.
A apuração da PF aponta segundo Julia Camim, do Estadão, que o órgão, durante o governo Bolsonaro, espionou ilegalmente ministros, integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados, ex-governadores e senadores que compuseram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. O ex-presidente negou a existência de uma “Abin paralela” e afirmou que o caso é uma “narrativa”.
Durante o evento, Jair Bolsonaro também homenageou Ramagem. Em vídeo exibido na Câmara, o ex-chefe do Executivo, chamado de “maior líder político do País” pelo deputado, disse que o pré-candidato à prefeitura do Rio exerceu “um excelente trabalho em todas as funções que ele desempenhou” e que tem “tudo para dar certo”.