Milhares de soldados ucranianos, que invadiram a região russa de Kursk em agosto de 2023, estão quase cercados pelas forças russas, conforme revelam mapas de código aberto analisados pela Reuters. Os dados do site Deep State, que utiliza um modelo colaborativo para o desenvolvimento de informações, indicam que a situação das tropas ucranianas se deteriorou significativamente nos últimos dias, especialmente após os Estados Unidos suspenderem o compartilhamento de inteligência com Kiev. Na sexta-feira (7), aproximadamente 75% das forças ucranianas na Rússia estavam restritas a um corredor de apenas 1 km de comprimento e menos de 500 metros de largura.
Se o Exército russo conseguir expulsar os ucranianos de seu território, isso representaria um grande revés para o governo da Ucrânia, que contava com essa conquista como uma vantagem nas negociações de paz agendadas para a próxima semana. Apesar de considerar um possível acordo mediado pelos Estados Unidos, a Rússia intensificou sua contraofensiva, realizando um ataque aéreo massivo contra a infraestrutura energética da Ucrânia. As operações em Kursk quase dividiram as forças ucranianas, isolando o grupo principal de suas linhas de suprimento.
Não houve confirmação oficial sobre o avanço russo por parte do Ministério da Defesa da Rússia ou dos militares ucranianos, que costumam relatar mudanças no campo de batalha com atraso. Há quase um mês, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sugeriu uma troca de territórios como parte de um acordo de paz, proposta que foi considerada “absurda” pelo vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev. Ele afirmou que a Rússia não trocaria os territórios ucranianos ocupados por áreas controladas por tropas ucranianas na região ocidental de Kursk.
A região de Kursk, no oeste da Rússia, foi alvo de uma invasão ucraniana em uma contraofensiva surpresa em agosto de 2023. Desde então, as forças russas têm se esforçado para eliminar a presença ucraniana na área. Zelensky busca utilizar essa pequena vitória na guerra, que se arrasta desde fevereiro de 2022, como uma ferramenta de negociação nas discussões de paz.