força-tarefa da Operação Greenfield, coordenada pelo Ministério Público Federal (MPF), solicitou ao Tribunal de Contas da União o bloqueio de R$ 6 bilhões contra políticos do ‘quadrilhão do MDB’ na Câmara Federal, sob a justificativa de que acusados se uniram para cometer uma ‘miríade de delitos’ em estatais e órgãos públicos federais.
Acusados em operações Patmos, Cui Bono e Sépsis, deflagradas em Brasília, emedebistas como Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves e o próprio MDB estão entre os alvos do pedido, que, segundo o Estadão, “desde meados de 2006 até os dias atuais, na qualidade de membros do referido partido, com vontade livre e consciente, profissionalizada, com repartição de tarefas, agregaram-se para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a Administração Pública, inclusive a Câmara dos Deputados – organização criminosa “MDB da Câmara”’.
Eles são denunciados por lavagem de dinheiro, com utilização de contratos fraudulentos, doleiros, remessas de recursos no exterior para contas não declaradas em nome de offshores, entregas de valores em espécie e doações eleitorais’.
A abertura de tomada de conta e bloqueio de bens por parte do TCU, segundo o MPF, tem como objetivo mensurar os prejuízos à União causados pelos crimes praticados dos integrantes do MDB da Câmara dos Deputados na Petrobras, Furnas, Ministério da Integração Nacional, Caixa Econômica Federal, Secretaria de Aviação Civil, Ministério da Agricultura e Câmara dos Deputados.
“O esquema desenvolvido no âmbito desses órgãos permitiu que os denunciados recebessem, a título de propina, pelo menos R$ 587.101.098,481 milhões. Além disso, os crimes praticados pela organização geraram prejuízo também aos cofres públicos. Nesse sentido, em acórdão lavrado por esse TCU, estimou-se que a atuação cartelizada perante a Petrobras implicou prejuízos à Estatal que podem ter chegado a R$ 29 bilhões”, diz a Procuradoria.
Denúncia contra Temer
Em ofício, a força-tarefa ainda pede ainda ‘para que o TCU atente para a existência (pública e notória) de ações penais apresentadas pelo Ministério Público Federal nas quais se denuncia a existência de organizações criminosas’ envolvendo agremiados do MDB do Senado, do PP e PT.
Estão denunciados à Justiça pelo ‘quadrilhão do MDB’ na Câmara o presidente Michel Temer e de seus aliados Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Loures, José Yunes, Coronel Lima, Eliseu Padilha e Moreira Franco.
A denúncia contra emedebistas havia sido apresentada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em setembro de 2017, contra Temer e seus principais aliados. Após a Câmara barrar a abertura de uma ação penal contra o presidente, o caso foi desmembrado e a investigação envolvendo pessoas sem foro privilegiado foi encaminhada para a 10.ª Vara Federal em Brasília e para a 12ª Vara.