A venda das ações da JBS, maior produtora global de proteína animal, pelo BNDES faz parte do processo de desinvestimento já iniciado pelo banco. A operação envolveu 70 milhões de ações, cerca de 12% da participação do banco na empresa. Cada ação foi vendida a R$ 38,01 e totalizou R$ 2,6 bilhões.
“Em termos de mercado foi uma operação fantástica. Em relação ao que foi o fechamento do dia, a gente foi bem. Achamos que foi adequado o tamanho, com a taxa de retorno que a gente queria”, afirmou o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Laskowsky à agência de notícias Reuters.
“Foi uma operação tocada que faz parte da nossa gestão de reciclagem de capital e entendemos como um processo normal, e com muita agilidade o banco encontrou uma janela para exercer sua inteligência de mercado”, acrescentou.
O executivo ainda declarou à agência que investir em ativos de ESG e serviços agrega mais valor do que nas operações tradicionais. “A gente acredita mesmo na sustentabilidade”, afirmou Laskowsky.
O banco continua acompanhando o mercado e novas operações de desinvestimento podem ocorrer no futuro. Segundo o executivo, desde 2019 o BNDES já vendeu cerca de R$ 80 bilhões.
Ele ressaltou, no entanto, que não existe “pressão para vender”. “A gente não tem call e segue olhando. Se tiver que parar a gente para… a gente não tem pressão para vender (participações societárias)”, disse.
“Tudo será feito com muita parcimônia e quando a gente achar que faz sentido, dá retorno e vale para reciclagem, a gente vai fazer. Não tem pressão, não tem meta, nem call de mercado.”
Esse ano o BNDES já vendeu importantes posições em Vale, Klabin e outras participações que ajudaram a alavancar o lucro do banco.
Com a venda das ações, o objetivo do BNDES é aplicar os recursos em serviços que possam melhorar a vida da população, disse um executivo do banco à Reuters.