Em novo relatório, o Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a projeção para o crescimento econômico brasileiro para este ano, mas cortou as estimativas para 2026.
Na sua revisão de cenário no documento World Economic Outlook (WEO), o FMI manteve uma projeção de 2,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, ao passo que a projeção para 2026 foi cortada em 0,1 ponto percentual (p.p.), para 2,2%. Com isso, a projeção do PIB do Brasil pela instituição fica abaixo da projeção de crescimento econômico global.
A projeção para o crescimento econômico global é de 3,3% em 2025 e 2026, abaixo da média histórica (2000–19) de 3,7% – cenário que o FMI considera ‘divergente e incerto’.
Segundo a instituição, a previsão para 2025 é praticamente inalterada em relação à World Economic Outlook (WEO), relatório de outubro de 2024, especialmente por conta de uma revisão para cima nos Estados Unidos compensando revisões para baixo em outras grandes economias.

“A inflação global deve cair para 4,2% em 2025 e para 3,5% em 2026, convergindo de volta à meta mais cedo em economias avançadas do que em mercados emergentes e economias em desenvolvimento. Riscos de médio prazo para a linha de base são inclinados para o lado negativo, enquanto a perspectiva de curto prazo é caracterizada por riscos divergentes”, diz o FMI.
A visão é de que interrupções geradas por políticas no processo de desinflação em andamento podem interromper um ‘pivô’ para flexibilização da política monetária, com implicações para a sustentabilidade fiscal e estabilidade financeira.
FMI cita ‘bolsões de inflação’ que afetam América Latina
Ainda no relatório, o fundo aponta que há ‘bolsões’ de inflação elevada, refletindo uma série de fatores idiossincráticos – cenário que persiste em algumas economias de emergentes, incluindo Europa e América Latina.
“A desinflação global continua, mas há sinais de que o progresso está estagnando em alguns países e que a inflação elevada é persistente em alguns casos. A mediana global da inflação central sequencial está apenas um pouco acima de 2% nos últimos meses. O crescimento nominal dos salários está mostrando sinais de moderação, juntamente com indicações de normalização contínua nos mercados de trabalho”, diz a instituição.
“Embora a inflação dos preços dos bens essenciais tenha caído para ou abaixo da tendência, a inflação dos preços dos serviços ainda está acima das médias pré-COVID-19 em muitas economias, principalmente nos Estados Unidos e na área do euro”, completa.
FMI projeta que PIB do Brasil cresceu 3,7% em 2024
Somente em março o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os números do ano fechado de 2024.
O dado mais recente sobre o crescimento econômico brasileiro foi divulgado pela instituição em dezembro, mostrando um crescimento de 0,9% do PIB no terceiro trimestre de 2024 – acima das projeções do consenso, que miravam 0,8%.
A projeção do FMI para o PIB do Brasil em 2024 é de 3,7%, ante estimativa de 3% do último relatório, em outubro. A previsão é melhor do que a do próprio governo, que em novembro projetou avanço de 3,3% do PIB em 2024, e também fica acima da estimativa do Banco Central, de 3,5%.