O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (9) que as 1.200 pessoas detidas no acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército, em Brasília, serão todas ouvidas pela Polícia Federal até a terça-feira (10).
Dino afirmou ainda que, após as oitivas, caberá ao Poder Judiciário decidir sobre eventuais prisões.
Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a polícia e o Exército desmontaram o acampamento em frente ao QG no início da manhã. Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro, apoiadores ocuparam o local e vêm reivindicando pleitos golpistas.
As pessoas que estavam no acampamento foram levadas em ônibus para a academia da Polícia Federal.
“É claro que eles estão sendo ouvidos e as providências de polícia judiciária serão tomadas, inclusive com a posterior comunicação ao Poder Judiciário”, informou o ministro.
“Caberá ao Judiciário dizer o que vai acontecer com eles. Alguns serão submetidos à audiência de custódia, outros podem eventualmente receber o benefício da liberdade provisória. Então, não podemos dizer o que vai acontecer com cada um. Haverá encaminhamento ao Poder Judiciário, creio que hoje ou amanhã”, completou Dino.
Além das detenções no acampamento, foram presas 209 pessoas em flagrante, no domingo (8), em razão do vandalismo contra as sedes do três poderes.
Segundo Dino, além de responsabilização penal, os presos podem ter de arcar também com indenizações.
O ministro afirmou que a Advocacia-Geral da União (AGU) vai cobrar indenização dos vândalos que depredaram o patrimônio público nos ataques terroristas.
“Faço questão também de mencionar que foram realizadas também as perícias pela Polícia Federal nos edifícios-sede do Executivo, no Congresso Nacional e do Supremo. Perícias essas visando os inquéritos que estão sendo instaurados na Polícia Federal e, também, para promoção da responsabilidade civil”, disse Dino.
“Ou seja, esses laudos periciais vão ser remetidos à AGU para que cobrem a indenização de quem perpetrou danos materiais – alguns irreparáveis – em relação aos edifícios-sede e aos patrimônios ali instalados”, explicou o ministro.
Dino informou também que Brasília terá reforço de 500 homens adicionais da Força Nacional na cidade.
“Dez estados já enviaram contingente para fortalecimento da Força Nacional. Aproximadamente mais 500 homens da FN [devem vir para Brasília], para apoiar as providências de proteção da Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes”, disse o ministro.
De acordo com o ministro, um endereço de e-mail criado pelo Ministério da Justiça para receber denúncias sobre quem participou dos atos terroristas deste domingo (8) já recebeu mais de 13 mil mensagens.