O pronunciamento do ex-presidente Lula (PT) nesta última segunda-feira (7) animou setores da esquerda. Conforme o jornal Folha de SP, os dirigentes do PDT elogiaram a fala. Apontado como um dos pré-candidatos à Presidência da República do campo, o governador Flávio Dino (PCdoB-MA) elogiou publicamente o discurso do petista.
Ao Painel, Dino foi além: “Se Lula puder ser candidato, defendo a sua candidatura como o melhor caminho para chegarmos a um novo contrato social. Ele faria uma espécie de transição política entre o horror bolsonarista e um outro momento, inclusive com projeção de novas lideranças.”
O governador do Maranhão disse que Lula apontou um caminho de união, distinguindo-se assim do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Lula trouxe uma bandeira que acho central para nos diferenciarmos do bolsonarismo. Bolsonaro se alimenta de divisões e confrontações permanentes. Lula hoje apontou outro caminho: o do diálogo em busca de um novo contrato social. Desde 2013 o Brasil vive rupturas e sobressaltos em série. O resultado não é bom e, na minha avaliação, vai piorar. Bolsonaro não tem como oferecer estabilidade política e segurança jurídica, atributos essenciais para que a economia volte a crescer de modo sustentável”.
Em seu pronunciamento, Lula afirmou que o governo de Jair Bolsonaro “converteu o coronavírus em uma arma de destruição em massa” e subordinou o Brasil aos EUA “de maneira humilhante”.
Disse ainda que a nomeação de “centenas de militares” para cargos estratégicos faz parte de uma “escalada autoritária” que lembra “os tempos sombrios da ditadura”.
Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, apesar de Lula hoje não poder se candidatar, já que foi condenado e está sem seus direitos políticos, a iniciativa está sendo interpretada como uma mensagem de que, caso a situação seja revertida na Justiça, ele concorrerá, sim, à Presidência da República em 2022.