O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) solicitou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determine o afastamento do juiz Eduardo Fernando Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde é relator dos processos da Operação Lava-Jato. Flávio afirma que Appio teria demonstrado “afinidade ideológica” com presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições do ano passado.
Um dos elementos citados na representação é o fato de Appio ter se identificado como “LUL22” no sistema processual da Justiça do Paraná, como foi relevado pelo blog da coluna da Malu Gaspar, no GLOBO. O magistrado não nega que tenha utilizado a identificação eletrônica, mas afirma que não há relação com Lula.
Outro elemento citado por Flávio são doações às candidaturas de Lula e de uma deputada estadual do PT que foram feitas em nome de Appio, de acordo com o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há registro de um repasse de R$ 13 ao presidente e de R$ 40 para a deputada estadual Ana Júlia, do Paraná. Neste caso, Appio nega ter feito as doações.
Para Flávio, há elementos de que o relator da Lava-Jato incorre na “prática de condutas com viés político-partidário e, ainda com o agravante de serem praticadas durante o curso de processo eleitoral, que diga-se de passagem, foi o mais acirrado da história do Brasil, expressando publicamente – fora dos autos – seu apoio político a um dos candidatos ao cargo de Presidente da República”.
O senador considera que, devido “à gravidade dos fatos narrados que evidenciam simpatia/afinidade ideológica pelas lideranças e políticos vinculados ao Partido dos Trabalhadores e potencial parcialidade do magistrado”, há elementos para que Appio seja afastado do cargo.