O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou nesta terça-feira (18) que o policial militar Fabrício Queiroz é quem deve explicações sobre o relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras).
O órgão identificou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 -o cálculo soma entradas e saídas.
“Quem tem que dar explicação é o meu ex-assessor, não sou eu. A movimentação atípica é na conta dele. No meu gabinete todo mundo trabalha”, disse ele, antes da cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos no Rio de Janeiro.
O relatório aponta uma sincronia de datas entre as datas de pagamentos de salários na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), depósitos em espécie e saques de dinheiro vivo na conta de Queiroz.
A suspeita é de que o policial militar fosse o responsável por recolher parte dos salários de assessores do gabinete do deputado estadual -prática de alguns membros do Legislativo. Bolsonaro nega a hipótese.
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga 21 deputados e seus assessores citados no relatório -um deles, mencionado por equívoco do Coaf. As denúncias são resultado da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato. A investigação está a cargo do gabinete do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, em razão do foro especial dos deputados estaduais.
A investigação sobre Bolsonaro irá para um promotor de primeira instância após a posse em fevereiro, já que o ato sob investigação foi praticado antes de tomar posse como senador.