O filho ’04’ do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, foi exonerado nesta segunda-feira do gabinete do ex-secretário da Pesca no governo do pai, o senador Jorge Seif (PL), para disputar as eleições deste ano. A informação foi inicialmente divulgada pelo portal Metrópoles e obtida, em seguida, pelo jornal O Globo.
Desde março do ano passado, Jair Renan ganhava R$ 11,6 mil para trabalhar como auxiliar parlamentar pleno para Jorge Seif. O cargo comissionado era fixado no estado de origem de Seif e, por isso, Jair Renan trabalhava em um escritório de apoio em Balneário Camboriú, cidade pela qual irá disputar uma vaga na Câmara Municipal pelo PL.
Em março deste ano, Jair Renan Bolsonaro posou ao lado do governador Jorginho Mello (PL) para anunciar sua filiação e pré-candidatura.
“Compatriotas sulistas, quero comunicar todos vocês que hoje eu me filiei ao PL, sou pré-candidato a vereador em Balneário Camboriú. Quero agradecer ao Governador Jorginho Mello por essa grande honra em fazer parte do time PL”, escreveu em uma rede social.
Desde meados de 2023, vem ensaiando agendas pelo estado, com lideranças locais — como prefeitos de cidades vizinhas, vereadores e os deputados Zé Trovão, Júlia Zanatta e Caroline de Toni.
Seu padrinho político é o empresário Emílio Dalçóquio Neto, que foi apontado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2022, como um dos financiadores dos bloqueios antidemocráticos que sucederam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
De acordo com a PRF, o empresário é dono de parte dos veículos utilizados para obstruir vias. A investigação foi remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Investigações por fraude
O filho mais novo de Bolsonaro é alvo de investigações por supostamente usar um documento com informações falsas sobre a sua empresa, a Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia, para obtenção de empréstimo bancário, que não foi pago. Na última semana, o agora pré-candidato foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios por crimes contra a ordem tributária, falsidade ideológica e uso de documento falso.
O “zero quatro” ainda é investigado por suposto tráfico de influência enquanto seu pai estava à frente da Presidência. Jair Renan era suspeito de receber um carro elétrico para beneficiar empresários do ramo da mineração. Na ocasião, ele teria ganhado um veículo avaliado em R$ 90 mil à época para, em contrapartida, facilitar o acesso a Bolsonaro e ministros de Estado.