Uma investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Faroeste aponta conforme informação publicada pela revista Crusoé deste domingo (10) que o advogado Arthur Barata, filho da desembargadora Lígia Ramos comprou uma caminhonete Ford Ranger por R$ 145 mil um dia após sua mãe proferir uma sentença que teria sido vendida por ela por R$ 400 mil.
Lígia e o filho foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República no esquema de venda de decisões no Tribunal de Justiça da Bahia. A desembargadora está presa.
A venda da sentença teria sido intermediada pelo advogado Julio Cesar Cavalcanti Ferreira, que assinou um acordo de elação premiada. Ele afirmou que, dos R$ 400 mil de propina recebidos, ele ficou com R$ 100 mil, e Lígia abocanhou R$ 300 mil. A quantia foi entregue em frente a uma concessionária em Salvador.
A investigação identificou que a caminhonete foi adquirida na mesma concessionária em que a propina foi despachada, no dia 5 de setembro de 2018.
A Procuradoria acusa a desembargadora e dois de seus filhos (Rui e Arthur Barata) de organização criminosa e, na denúncia encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), pede o afastamento dela do cargo. Ao final do processo, se for condenada, Lígia que terá de pagar uma multa de R$ 950 mil— mesmo valor que ela teria recebido pela suposta venda de sentenças em quatro processos.