Conforme registrou a coluna Sonar, no O Globo, a ex-deputada federal Cristiane Brasil, filha do presidente de honra do PTB Roberto Jefferson, voltou a criticar Graciela Nienov, que ocupava a presidência nacional do partido depois que Jefferson foi preso. Neste domingo, ele havia divulgado uma carta em que anunciava a demissão de Graciela por “não possuir condição moral ou política” para continuar no cargo. Ao responder um de seus seguidores no Twitter, Cristiane chamou Graciela de “bandida” e classificou o episódio de sua demissão como um “escândalo”.
As críticas de Cristiane foram motivadas por uma publicação de Marisa Lobo, que preside o diretório paranaense do PTB. No post, Lobo reclama de ataques do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que teria divulgado informações falsas sobre ela por não ter conseguido ingressar em seu partido. A justificativa para o impedimento, segundo ela, foi uma “orientação do partido, na época (do) Roberto Jefferson”.
Mencionada na publicação para que confirmasse aquela informação, Cristiane chamou Lobo de “traidora”, “intriguista” e “incompetente”, antes de direcionar seus ataques de forma indireta à ex-presidente do PTB e ofender Graciela Nienov. Na sequência, novamente em resposta a um de seus seguidores, a filha de Jefferson foi mais incisiva e criticou a postura de Graci à frente da sigla, ao insinuar que ela teria traído seu pai.
“Essa bandida primeiro chamava o Poppy (Roberto Jefferson) de Líder, de papai do coração, etc. Bastou virar presidente que ele virou Roberto e ela virou a ‘líder’! Depois do escândalo ele voltou a ser líder! Coitada! Agora ela não vai mais ‘liderar’ nem as baratas Barata do esgoto pra onde voltou!”, escreveu a ex-deputada.
Na carta divulgada no domingo por Roberto Jefferson, ele afirma que Graciela lhe “pediu demissão” após brigas internas do partido. “A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado”, diz trecho do texto. A ex-presidente do PTB, no entanto, nega que tenha pedido demissão e diz que vai ver o que fazer com o cargo, ao qual ela foi reconduzida em convenção nacional do PTB realizada em 30 de novembro.
Os atritos envolvendo Cristiane Brasil e Graciela Nienov, por discordâncias na condução do PTB, não são recentes e foram intensificados justamente quando Jefferson foi preso, em agosto do ano passado, por ataques à democracia. Foi neste momento em que Graciela assumiu a presidência interina do partido. Ela era vista por colegas de sigla como a “voz de Roberto Jefferson” e assumiu o papel de guardiã do posto do ex-deputado.