O senador Marcos do Val (Podemos) deu sua opinião na polêmica sobre a possibilidade de as sessões remotas no Senado continuarem mesmo depois da pandemia da Covid-19.
“Nas sessões remotas, os líderes dos partidos têm uma grande vantagem e grande poder de decisão. Ficamos como meros senadores apertando o botão para dizer sim ou não, sem oportunidade para debater, dialogar, articular”, disse ele a O Antagonista.
Para o senador capixaba, as sessões remotas, no período pós-pandemia, deverão ocorrer somente em situações muito extremas, como quando algum senador por algum motivo muito justificado não puder estar no plenário.
“De resto, o Parlamento é ali. É ali que as coisas precisam estar acontecendo. Nas sessões remotas, a gente produz muito, mas com pouca qualidade. É muita quantidade e pouca qualidade.”
A nota de Antonio Anastasia (PSD), relator das mudanças no regimento interno, defendendo a proposta de sessões remotas no Senado mesmo após o fim da pandemia da Covid-19 não esfriou os ânimos nos bastidores sobre esse assunto.
Há um temor, principalmente entre senadores do grupo “Muda, Senado”, de que a continuidade das sessões virtuais possa resultar em votações atabalhoadas, sem acordos e com muitos “jabutis” nas propostas.