As ofertas de Fiagro (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) somaram R$ 1 bilhão no acumulado de janeiro, segundo dados do balanço mensal da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Com isso, as ofertas de Fiagro tiveram uma alta de 159% ante a média mensal de R$ 403 milhões registrada em 2024. Além disso, o salto é de mais de 1.200% ante janeiro do ano anterior, quando as ofertas somaram R$ 75,4 milhões.
Trata-se também do segundo mês consecutivo em que as ofertas ficam na casa de R$ 1 bilhão – em dezembro, as emissões atingiram R$ 1,3 bilhão, o melhor desempenho mensal desde janeiro de 2023.
No mercado foram lançadas sete ofertas de fundos do agronegócio em janeiro, sendo cinco do tipo FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), uma de Fiagro-FII (Fundos de Investimento Imobiliário) e uma de Fiagro-FIP (Fundo de Investimento em Participações).
Desse total, 65,6% do total de emissões ficaram com intermediários e demais participantes da oferta. Os investidores institucionais ficaram com uma fatia de 29,2%, os fundos de investimento com 3% e as pessoas físicas com 2,3%.
“Os dados sobre as ofertas de Fiagros nos últimos meses evidenciam a evolução desses produtos, tanto em quantidade quanto em volume financeiro”, destaca Sergio Cutolo, diretor da ANBIMA. “O movimento de R$ 1 bilhão em janeiro é uma boa notícia, já que o primeiro mês do ano normalmente é mais fraco para o lançamento de ofertas”, completa.
Olhando para captação líquida, o mercado ficou no azul em janeiro, com saldo positivo de R$ 278 milhões em janeiro, sendo o sexto mês consecutivo de entradas líquidas nesses fundos.
Assim, o patrimônio líquido da classe de ativo ficou em R$ 42 bilhões no fim do mês, representando avanço de 20% na comparação com janeiro de 2024.
O principal impacto positivo, nesse sentido, veio dos Fiagros-FII, que representaram R$ 486 milhões em entradas líquidas. Na contramão, os Fiagros-FIDC registraram saídas líquidas de R$ 211,8 milhões.
Do patrimônio líquido desse mercado, conforme os dados até o fim de janeiro, a maior parcela (45,7%) corresponde a Fiagros-FIIs. Em seguida vêm Fiagros-FIP (40,5%) e Fiagros-FIDC (13,8%).
Em fevereiro de 2025 há 43 fundos do agronegócio operacionais e negociáveis no mercado (não sendo restritos ou estando fechados) listados na B3, a bolsa de valores de São Paulo.
O que é um Fiagro
Os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais são uma forma de investimento que permite aplicações no agronegócio brasileiro.
A classe de ativo funciona maneira semelhante aos fundos imobiliários, mas com foco no setor agrícola. Isso significa que, ao investir nessa classe de fundo, seu dinheiro pode ser direcionado para a compra de terras rurais, financiamento de produtores ou participação em empresas do agronegócio.
Atualmente existe três tipos de fundo do agronegócio:
- Fiagro-FII (Fundos de Investimento Imobiliário) – Investem em ativos imobiliários ligados ao agronegócio, como fazendas, silos, armazéns e outros imóveis rurais, praticamente iguais aos FIIs
- Fiagro-FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) – Direcionam recursos para financiamentos e créditos do agronegócio, investindo em recebíveis, como CPRs (Cédulas de Produto Rural) e debêntures de empresas do setor
- Fiagro-FIP (Fundos de Investimento em Participações) – Investem diretamente em empresas do agronegócio, adquirindo participações societárias
Há fundos que são considerados híbridos, mesclando duas dessas classes, como o SNAG11, lançado em meados de agosto de 2022, que foi o primeiro Fiagro desse teor, combinando investimentos em ativos imobiliários e de crédito, destinando recursos tanto para a aquisição e arrendamento de propriedades rurais quanto para Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).