Com muita fé e devoção, milhares de baianos e turistas compareceram, neste domingo (2), ao bairro do Rio Vermelho, em Salvador, para acompanhar a Festa de Iemanjá. Os fiéis e simpatizantes se reúnem no local desde a madrugada, quando os presentes para Iemanjá começaram a ser depositados nos balaios que serão colocados no mar pelos pescadores no período da tarde, a partir das 15h30.
Segundo historiadores, a festa começou em 1923, depois que pescadores, inconformados com um período de pouca fartura no mar, jogaram presentes nas águas para que a orixá revertesse a situação. Depois disso, a pesca foi abundante. A tradição foi crescendo até ser oficializada como a ‘Festa de Iemanjá’ em 1950.
Ao longo dos anos, o festejo se tornou um dos principais símbolos da cultura baiana e do Brasil, acumulando milhares de depoimentos de graças alcançadas, como é o caso da professora Clara Descofono. “Alguns anos depois de nosso casamento, meu marido e eu estávamos tentando ter um filho e não conseguíamos. Nós passamos por vários especialistas e não tivemos um resultado positivo. Quando estávamos quase perdendo as esperanças, nós viemos aqui na Festa de Iemanjá e fizemos esse pedido. Hoje,16 anos depois, estou voltando com a minha filha para agradecer por esse presente, que eu acredito que Iemanjá me deu. Eu tenho muita fé nessa festa, na força que emana das águas”, afirma.
Neste ano, o festejo foi reconhecido como Patrimônio Cultural de Salvador. O pescador Valdomiro Rodriguez conta que nunca deixou de comparecer. “Para quem vive do mar e arrisca todos os dias a vida num barco em busca de sustento, esse é um momento sagrado de pedir força e proteção e agradecer muito por tudo. Pedimos também fartura para que não nos falte peixe e agradecemos por todos os presentes que o mar nos traz”.