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quarta-feira 27 de maio de 2020 às 18:43h

Ferramenta digital vai permitir troca de experiência entre agricultores familiares e pesquisadores

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A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Coordenação Executiva de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex), lança, nesta quarta-feira (27), o SDR Pergunta, uma ferramenta no formato de Podcast, material entregue na forma de áudio, que ficará disponível no canal SDRBahia no Youtube.

Todas quartas-feiras, será disponibilizado um conteúdo novo para o público em geral acessar a qualquer momento. Diversos assuntos técnicos de interesse da agricultura familiar, a exemplo de compostagem, comercialização e plantas medicinais, vão ser apresentados por pesquisadores e experimentadores da Bahia.

O coordenador da Cepex, José Tosato, explica que o SDR Pergunta foi criado para trocar conhecimentos sobre temas técnicos produzidos, tanto na academia, quanto na roça. “São assuntos pouco conhecidos para a maioria das pessoas, além de várias dicas que possam estimular uma boa prosa entre comunidades, professores, lideranças e extensionistas. Tem, também, como objetivo, aproximar agricultores familiares da educação profissional, institutos e universidades, de maneira que se possa divulgar e produzir conhecimentos a partir das necessidades apontadas pelos próprios agricultores”.

Nessa primeira edição, José Moacir, colaborador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) e coordenador do Projeto de Recaatingamento, responde à pergunta ‘Por que é urgente recaatingar?’. Ele ressalta que a Caatinga é um bioma único, que não há outro em nenhum lugar no mundo com o mesmo clima, solo, vegetação, animais e microrganismos.

“É muito importante conhecer, estudar e preservar essa região, localizada no semiárido brasileiro, principalmente nesta época de mudanças climáticas e aquecimento global. Estudar como as plantas e animais vivem, e vivem muito bem, mesmo em períodos de seca, vai nos ajudar a desenvolver o cultivo de plantas e a criação de animais, para que tenhamos uma pecuária e uma agricultura muito mais sustentáveis”, afirma Moacir.

O coordenador explica ainda que a Caatinga é habitada pelo maior número de agricultores familiares e povos e comunidades tradicionais. “Essas famílias vivem, principalmente, da Caatinga em pé, de onde tiram o seu sustento, com a coleta de folhas, frutos, fibras, plantas medicinais e utilizam o pasto para a criação de cabras. Por isso, essas comunidades já têm a tradição da preservação da Caatinga, evitando, ao máximo, queimadas e o desmatamento”.

Projeto de Recaatingamento

O projeto de Recaatingamento é executado pelo Irpaa, com recursos da ordem de R$ 1 milhão do Governo do Estado, por meio do Projeto Pró-Semiárido, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

No âmbito do projeto é desenvolvido um conjunto de ações como a delimitação de áreas de matas ciliares, de rios que correm em partes do ano, a criação de pequenos ecossistemas e a utilização de plantas forrageiras da própria Caatinga, entre outras iniciativas.

O Reecatingamento é um método de recuperação da Caatinga associado a comunidades de fundo e fecho de pasto, entre outros mecanismos que vêm sendo discutidos pela sociedade civil, instituições de ensino e pesquisa e movimentos ou organizações sociais como o Irpaa.

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