O feriado de 2 de novembro começa com ao menos 167 pontos de bloqueios e interdições nas rodovias federais do País, segundo informe divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) por volta das 6 horas desta quarta-feira. Ainda há ocorrências no Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. O total de manifestações desfeitas pela corporação chegou a 563.
Santa Catarina segue sendo o Estado com mais bloqueios e interdições, 37. São Paulo, que chegou a ter oito na terça-feira, agora tem três – somente em rodovias federais. Também há registro de bloqueios parciais na Raposo Tavares, na altura de Sorocaba, e na Castello Branco, na Grande São Paulo; a Castello tem bloqueios nos km 19 e 26, em Osasco e Barueri. Os manifestantes contestam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas e parte deles pede que haja intervenção militar para impedir o petista de assumir a Presidência do País.
As declarações do presidente Jair Bolsonaro, na tarde de ontem, condenando protestos que interfiram no “direito de ir e vir”, não foram suficientes para desmobilizar totalmente o grupo.
Ao longo desta madrugada, a maior parte das manifestações nas estradas de São Paulo passou a se concentrar às margens das rodovias federais. Na rodovia Régis Bittencourt, que ontem registrou bloqueios, interdições e pneus queimados pelos manifestantes, as vias começaram a ser totalmente liberadas.
Segundo a PRF-SP, nas proximidades de Embu das Artes, no km 280, a pista sul não apresenta mais interdição. Manifestantes permanecem nos locais, mas concentrados às margens da rodovia.
Na Presidente Dutra, uma das mais importantes de São Paulo, que faz a ligação com o Estado do Rio de Janeiro, ainda havia aproximadamente 15 pontos com registro de manifestações às 2 horas, horário do boletim mais recente da PRF-SP. Na madrugada, boa parte das movimentações passaram também a ocorrer às margens da rodovia e algumas faixas começaram a ser liberadas.
Já na rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais, as pistas na altura do km 65 estavam totalmente liberadas às 2h. Não há registro de manifestantes no local, segundo a PRF. Anteriormente, na noite desta terça-feira, um grupo de manifestantes bloqueou os dois sentidos da via e ateou fogo em pneus. Com a presença da PRF, iniciou-se a liberação das vias por volta das 21h, começando pelo sentido norte.
Na quarta-feira, governadores passaram a empregar a força militar para desfazer os bloqueios. Em São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) enviou o Batalhão de Choque para confrontar os manifestantes na Castello Branco, que liga a capital paulista com o interior, incluindo a grande São Paulo, como Barueri e Osasco.
Derrota
Quase dois dias após o pleito, Bolsonaro pediu aos manifestantes que não usem “os métodos da esquerda”, que, segundo ele, são violentos. Sem mencionar o rival ou reconhecer explicitamente a derrota, o atual chefe do Executivo disse que manifestações pacíficas “bem-vindas” e justificou os atos mencionando que os manifestantes estariam indignados com a “injustiça” do processo eleitoral.