Presidente do PDT na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior disse, em entrevista à Tribuna, que “soube” do interesse do deputado federal Marcelo Nilo (PSB) de retornar ao seu partido. Félix, no entanto, fechou as portas para o ex-correligionário, com quem tem rusgas antigas.
“Eu soube disto (que Nilo que voltar ao PDT). Da minha parte, as portas estão fechadas com 12 chaves”, disse rindo Félix, em entrevista a reportagem. Doze é o número do PDT. De acordo com a coluna Alô Alô Política. Nilo teria procurado, em Brasília, dois influentes integrantes nacionais do PDT para sondar a possibilidade de retorno dele à sigla. Um deles teria sido o deputado federal André Figueiredo, líder do PDT na Câmara.
Nilo negou que tenha se articulado para retornar ao PDT. “Não sei onde tiraram isto”, afirmou. Nos bastidores, o comentário é de que o PSB, partido atual de Nilo, não conseguirá eleger dois deputados federais, por causa do fim das coligações partidárias. Em virtude disso, a sigla quer priorizar a candidatura à reeleição da deputada federal Lídice da Mata, que é presidente do partido na Bahia. E, neste cenário, não havia chance de o deputado permanecer na legenda.
Nilo anunciou a saída do PDT em outubro de 2015 após embates com Félix. Na época, Nilo afirmou: “O PDT tomou outro rumo diferente daquele que imaginávamos e passou a ser um apêndice do prefeito (de Salvador) ACM Neto na Bahia”. Antes, reclamou da relação com Félix. “Não tenho mais condições de permanecer em um partido com o presidente que nem me cumprimenta”, declarou.
ATAQUES
Félix fez nesta semana duros ataques aos ex-presidente da República, Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT. O baiano defende a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na disputa presidencial. Sobre Lula, o presidente do PDT baiano afirmou: “O Lula é tão comprometido com o sistema financeiro quanto o Bolsonaro. Os dois são amigos de banqueiros e governaram para enriquecer os banqueiros. Só Ciro Gomes pode mudar esse jogo e tem um projeto nacional de desenvolvimento que prioriza o setor produtivo e o trabalhador”.
Já sobre Dilma, Félix disse que foi contra o impeachment da petista porque as pedaladas fiscais não justificavam a saída da presidente da República. “O impeachment foi pelas pedaladas fiscais, que não era motivo para impeachment. Se fosse por incompetência de sanidade, eu até teria votado a favor. Por pedaladas fiscais, todos os governos teriam impeachment, inclusive o atual”, provocou.