“Feira é uma cidade racista, homofóbica e preconceituosa”. A avaliação é da presidente do Conselho Municipal das Comunidades Negras e Indígenas de Feira de Santana, Lourdes Santana. E a julgar pelo grande número de ocorrências registradas em 2019, ela tem razão.
Conforme os dados apresentados pelo Conselho e publicados pelo site O Protagonista, em 2019, ao todo, foram registradas cerca de 1.200 ocorrências, com denúncias que variam desde racismo praticado contra professores em sala de aula, em lojas e transportes coletivos e até mesmo espancamento de pessoas negras em eventos.
Esses números superam os do ano de 2018, quando cerca de 890 casos foram registrados – aumento de 35%. Segundo Lourdes Santana, justamente no mês de novembro, quando é celebrada a Consciência Negra no Brasil, foi um dos piores períodos neste aspecto. Cerca de 15 pessoas registraram ocorrências de racismo ou injúria racial neste mês.
O Conselho Municipal das Comunidades Negras e Indígenas é um órgão fiscalizador vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social de Feira de Santana. Dentre suas atribuições está a supervisão de ações realizadas no município, promoção de ações e palestras e o apoio a eventos ligados a cultura negra no município.
O Conselho também acolhe denúncias de crimes raciais e presta a assistência necessária para as vítimas, mediando conflitos e fazendo os encaminhamentos necessários para que os casos sejam levados à justiça. Além disso, é papel do conselho oferecer assistência na elaboração de projetos raciais e no fechamento de convênios em Fera de Santana.