domingo 22 de dezembro de 2024
Participantes da feira entoaram canto indígena durante lançamento de livro Foto: Carlos Amilton/Agência ALBA
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segunda-feira 29 de julho de 2024 às 19:29h

Feira agroecológica acontece até sexta-feira na AL-BA

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A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) sedia, entre esta segunda-feira (29) e a próxima sexta-feira (2), uma feira agroecológica com oferta de diversos produtos orgânicos. A ação é proposta pelo mandato do deputado Marcelino Galo (PT) e surgiu durante a mobilização para a aprovação do projeto que resultou na Lei da Agroecologia na Bahia.

Na tarde desta segunda-feira, o deputado autor da proposição percorreu o corredor onde estão as barracas com diversas opções de alimentos saudáveis. “A feira é uma referência concreta do que existe no estado de produção de comida orgânica, limpa, sem veneno. É uma oportunidade para que os servidores e todos aqueles que circulam pela ALBA possam ter uma visibilidade do que significa essa produção orgânica de alimentos em nosso estado. Além disso, é também uma ótima oportunidade para os pequenos agricultores locais comercializarem seus produtos diretamente para os consumidores”, apontou.

A vendedora Odara Ferreira oferta em sua barraca produtos cultivados no Sítio dos Gomes, no quilombo de Cordoaria, no município de Camaçari. “Como trabalhamos com produtos orgânicos, o servidor pode desfrutar de uma alimentação sem ter a preocupação de ter ônus na sua saúde”, ressaltou. Ao lado de Odara, está a barraca administrada por Creusa Maria, que reside no Sítio Agro, em Coqueiro de Monte Gordo, também em Camaçari.

Em seus espaços, Odara e Creusa ofertam itens como farinha de mandioca artesanal, beiju com ou sem açúcar, batata-doce, maxixe, tangerina, limão, banana, ovos de galinha de quintal, alface, coentro, abobrinha, mamão, conservas de pimenta e de cebola, urucum, erva doce verde, lima, quiabo, açafrão, feijão carioca verde, feijão vermelho verde, cocada, salsão, salsinha, couve, tomate, milho verde, dentre outros. “Nada do que vendemos aqui é comprado de terceiros. Tudo é produzido por nós, até a cebola é plantada por nós”, assegurou Creusa.

A feira também contempla um espaço com artesanatos indígenas feitos com sementes de plantas nativas da Chapada Diamantina, além de itens como maracás, tiara, cocá, colares, doces, rapaduras e produtos orgânicos da região de Utinga.

Livro

O estande com artesanatos indígenas tem um diferencial dessa vez. A indígena Ana Cleide Sousa Payayá aproveitou a oportunidade para lançar seu livro Cânticos e Poemas do Povo Indígena Payayá. Ela explicou que a obra é uma produção acadêmica do seu doutorado e um dos únicos livros da literatura indígena que fala dos cânticos. “Fizemos essa obra para divulgar para a sociedade e, principalmente, para valorização da literatura indígena”, afirmou a autora.

Ana Cleide também explicou que o livro está sendo comercializado por R$ 50 e que todo o valor arrecadado será destinado ao território indígena. Na rede social Instagram, o contato com a escritora pode ser feito no perfil @territorio_payayá.

Exposição

Outra novidade na feira agroecológica desta semana é a exposição “Salve o Solo”, organizada pela expositora Iana Landim Zanatta. Ela explicou que a campanha faz parte de uma mobilização internacional iniciada por Sadhguru, um ambientalista e guru indiano, com o objetivo de alertar para o fato de que a maior parte dos problemas que o mundo enfrenta, atualmente, tem relação com o solo, a exemplo da escassez de água e da crise alimentar.

Ao lado de cada barraca, um banner apresenta uma mensagem de conscientização ou de alerta para a necessidade de preservação e cuidado com o solo.

O conteúdo exposto ao longo do corredor que abriga a feira agroecológica destaca que a falta de matéria orgânica transforma o solo em areia, provocando problemas como crise alimentar, escassez de água, perda de biodiversidade, mudanças climáticas, perda de meios de subsistência, conflitos e migrações.

Dentre as mensagens que os visitantes podem ver na exposição estão: “O solo é a fonte de água para 90% da agricultura mundial”; “Em 2050, 90% dos solos da terra podem estar degradados”; “Frutos, vegetais e cereais como o trigo têm metade dos micronutrientes que costumavam ter. Se não está no solo, não está na nossa comida”; e “60% da população mundial tem déficit de nutrientes como o ferro, devido à falta de nutrientes nos alimentos e solos”.

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