A decisão se os principais partidos de esquerda formarão uma federação para disputar as eleições do ano que vem só será tomada segundo a coluna Radar, na Veja, no final de março, quando fechar a janela partidária e quando já estará mais claro o rumo das candidaturas regionais nos estados.
PT, PSB, PCdoB, PSOL e PV deram início às conversas para a formar uma federação como prevê a nova legislação eleitoral, mas segundo o Radar apurou, há ainda acordos importantes a serem firmados antes da decisão final sobre a aliança.
Um cacique do PSB explicou ao Radar que a decisão sobre os candidatos aos governos de São Paulo e de Pernambuco pavimentará ou não o caminho para que a federação ocorra de fato.
Em Pernambuco, o PSB do atual governador Paulo Câmara quer continuar no governo, mas ainda não indicou seu candidato próprio, algo que o PT já fez, ao divulgar que escolheu o senador Humberto Costa como postulante ao cargo. Os socialistas tentam dissuadir o PT da opção.
Já em São Paulo é notória a saia justa, com o PT insistindo em lançar Fernando Haddad ao governo contra o desejo de Márcio França, do PSB, de concorrer ao mesmo cargo. No último dia 20, um dia depois do jantar entre Lula e Geraldo Alckmin, dirigentes das duas legendas se encontraram para debater a federação. Uma pessoa que participou da reunião disse que não se chegou a um consenso e que o clima não foi lá tão amistoso.
São Paulo e Pernambuco são os estados mais importantes para o PSB e o partido diz nos bastidores que, apesar de não precisar da federação para sobreviver, aceita e deseja uma composição com o PT desde que a negociação não seja de cima pra baixo. Ou seja, com jeitinho tem conversa. O PSB, conta um filiado, aceitaria França de vice de Haddad, inclusive, desde que isso não seja uma imposição petista.