A intenção de PP e União Brasil se juntarem em uma federação provocou um terremoto na política paranaense, que tem entre seus protagonistas o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil). Hoje senador, Moro já expressou a aliados de acordo com Mariana Carneiro, do Estadão, a vontade de concorrer ao governo do Estado em 2026. O cacique do PP no Estado Ricardo Barros (PP) tem planos diferentes, o que pode deixar o ex-juiz sem caminhos no partido. Aliado do atual governador, Ratinho Jr. (PSD), Barros prefere lançar o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), e tem a pretensão de lançar-se ao Senado. No passado, o deputado já disse que Moro não deveria estar na política e sugeriu que a sua candidatura poderia ser impugnada diante das denúncias do PL de caixa dois, em análise no TRE-PR.
União e PP têm o mesmo número de deputados, mas só há Moro como senador. Em tese, isso daria vantagem ao União no comando estadual. “Vamos decidir isso em conjunto”, disse Barros, sobre a convivência com Moro se a federação prosperar.
A proposta da federação fez com que deputados do União Brasil questionassem a possibilidade de antecipar o período da janela partidária para deixar a sigla. Hoje, só há autorização para a troca dos deputados eleitos em 2026
O líder do PP na Câmara, André Fufuca (PP-MA), evitou tratar de federação com o União na reunião da bancada, na última semana, antevendo reações negativas. Integrantes do partido dizem que o União está em guerra interna e preferem tomar distância, apesar da vontade da cúpula das siglas. “Não sou louco”, disse Fufuca.