Juros altos limitam o desempenho do setor. Porém, maioria das atividades deve seguir no campo positivo no ano.
Após a queda de 4,3% em 2022, o setor varejista na Bahia deve voltar a crescer em 2023. De acordo com projeção da Fecomércio-BA e CNC -Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, as vendas devem subir 1% e o faturamento alcançar os R$ 117,5 bilhões, significando um incremento de R$ 1,34 bilhão no comércio.
Exceto o grupo Outras Atividades que tende a recuar 8%, todos os sete outros analisados pelas Entidades devem crescer no ano. Esse caso específico tem uma explicação. Segundo o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, “o que mais afeta o grupo é a venda de combustível e como os preços médios estão mais baixos do que em 2022, é natural que haja um faturamento mais baixo, por mais que a demanda possa subir”. Vale lembrar que o preço da gasolina, por exemplo, se aproximou dos 8 reais e, agora, com média de R$ 5,55 no estado, segundo a ANP.
No campo positivo, o destaque pela magnitude da variação é o setor de Vestuário, Tecidos e Calçados, de 10%. O segmento segue mais um ano de expansão com a retomada das atividades sociais e empresariais. Além disso, é importante frisar o aumento de preços dos produtos e que contribui para o aumento do faturamento.
Os setores básicos de consumo, Supermercados e Farmácias, devem crescer 4% e 5%, respectivamente. Esse último registrará o mais novo recorde da série histórica, com faturamento estimado de R$ 15,3 bilhões no ano.
“Com a inflação resfriando e o emprego dando condições de ganho de poder de compra, as famílias tendem a expandir os gastos nessas atividades. E mesmo aqueles setores que são sensíveis ao crédito devem apontar para o campo positivo em 2023. Mas os desempenhos devem ser bastante limitados por conta dos juros altos. Nesse sentido, a Fecomércio-BA projeta alta de 1% para as vendas de veículos e a mesma variação para o setor de eletrodomésticos e eletrônicos”, destaca Dietze.
Já os segmentos de Materiais de Construção e Móveis e Decoração devem crescer um pouco mais forte, com 7% e 4%, respectivamente.
“O ano passado foi mercado por queda para ambos, ou seja, esse aumento é uma leve recuperação da perda anterior. Portanto, a Fecomércio-BA enxerga o ano de 2023 com otimismo cauteloso. Não é o cenário ideal, que seria juros em queda e inflação baixa, mas ter uma perspectiva de crescimento é importante e contribui para manutenção de empregos no setor varejista”, destaca o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.