O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou neste sábado (2) que o crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no ano passado é resultado do “dever de casa” feito pelo governo federal e pelo Congresso. De acordo com ele, o Brasil precisa seguir a agenda de reformas e também reverter a tendência de queda dos investimentos para que o crescimento se repita de forma sustentável.
“O PIB de 2023 respondeu a uma série de ações do Governo e do Congresso, revelando que fazer o dever de casa sempre traz resultados positivos. O Brasil foi capaz de reduzir as incertezas que permeavam o cenário pessimista do início do ano passado, a partir do avanço da pauta econômica e da estabilidade política”, disse ele, através de nota.
Entre os exemplos, Sidney mencionou a aprovação do novo marco fiscal que disciplina o crescimento das despesas do governo, e também a reforma tributária sobre o consumo e agendas microeconômicas, como o novo marco das garantias, que era uma antiga reivindicação dos bancos. Segundo ele, essas ações melhoraram as expectativas, o que abriu espaço para que o Banco Central começasse a reduzir a taxa Selic, que hoje está em 11,25% ao ano.
“Certo é que, só com um trabalho sério, focado e comprometido com os fundamentos econômicos, o país gera perspectivas de ganhos de eficiência e de mais produtividade para nossa economia. É o que precisamos continuar a fazer e o setor bancário está pronto a contribuir para o desenvolvimento econômico”, afirmou ele.
Os dados do PIB de 2023 foram divulgados na sexta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a estagnação da atividade no quarto trimestre, o número do ano veio bem acima das previsões vistas no início de 2023, quando o mercado projetava um crescimento da ordem de 1%. O impulso positivo veio de setores como a agropecuária, com alta de 15,1%, e da indústria extrativa, que cresceu 8,7%. Por outro lado, os investimentos caíram 3%, o que Sidney afirmou ser um ponto de atenção.
“Por isso, consideramos que é fundamental que essa trajetória seja revertida o mais breve possível, o que será crucial para que o país consiga crescer de forma sustentável, sem gerar pressões inflacionárias no futuro”, disse ele.
Para este ano, a Febraban espera uma alta de 2% no PIB em relação a 2023, com a redução da Selic ajudando no consumo das famílias e nos investimentos, fatores que devem compensar o menor desempenho do agro. Ou seja, o crescimento deve ser mais difundido entre diferentes segmentos.
“Contudo, não podemos ficar parados. É imprescindível que o País siga com sua agenda de reformas econômicas, de modo a garantir a sustentabilidade fiscal e o aumento da produtividade da economia”, finaliza o presidente da Febraban.