O FBI prendeu nesta quinta-feira um membro da Guarda Aérea Nacional dos Estados Unidos pelo vazamento de documentos secretos norte-americanos que constrangeram Washington perante aliados ao redor do mundo.
O procurador-geral Merrick Garland disse que o FBI prendeu Jack Teixeira “em conexão com uma investigação sobre a suposta remoção, retenção e transmissão não autorizadas de informações confidenciais da defesa nacional”.
“Agentes do FBI prenderam Teixeira sem incidentes mais cedo nesta tarde”, disse Garland a repórteres em uma breve declaração no Departamento de Justiça.
“Essa investigação está em andamento”, acrescentou, sem responder perguntas.
O FBI disse que seus agentes fizeram uma prisão e estavam realizando “atividades policiais autorizadas em uma residência em North Dighton, Massachusetts”.
Um vídeo exibido em canais de notícias mostra policiais fortemente armados acompanhando um jovem vestindo uma camiseta cinza e bermuda vermelha em direção a um carro que os aguardava. Ele estava com a cabeça baixa e o cabelo cortado rente.
Autoridades norte-americanas têm procurado há semanas pelo responsável e têm avaliado os danos causados pela divulgação dos relatórios de inteligência, que surgiram pela primeira vez em sites de rede social em março. Os dados supostamente revelam detalhes de vulnerabilidades militares ucranianas e informações sobre aliados dos EUA, incluindo Israel, Coreia do Sul e Turquia.
O Departamento de Defesa encaminhou o caso para o Departamento de Justiça, que abriu uma investigação criminal formal na semana passada. O Pentágono está avaliando os danos.
A Reuters revisou mais de 50 documentos classificados como “Secreto” e “Altamente Secreto”, mas não verificou de forma independente sua autenticidade. É provável que o número de documentos vazados seja superior a 100.
O presidente norte-americano, Joe Biden, em viagem de três dias pela Irlanda, disse não estar muito preocupado com o vazamento.
Algumas das informações vazadas mais sensíveis supostamente estão relacionadas às capacidades e falhas militares da Ucrânia, assim como informações sobre aliados dos EUA.
Biden disse mais cedo nesta quinta-feira que os investigadores estavam se aproximando da fonte do vazamento, no que se acredita ser a mais grave violação de segurança em anos. [L1N36G1RP]
O jornal The New York Times noticiou anteriormente que Teixeira, de 21 anos, era um guarda nacional que liderava um grupo online de cerca de 20 a 30 pessoas que compartilhavam seu amor por armas, memes racistas e videogames. O NYT citou entrevistas e documentos que revisou.
(Por Sarah N. Lynch e Idrees Ali; reportagem adicional de Steve Holland em Dublin, Katharine Jackson, Susan Heavey, Jasper Ward e Raphael Satter em Washington e Michelle Nichols nas Nações Unidas)