O coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, avalia que o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) reúne “boas condições” para ser ministro da Agricultura e Pecuária. “Conheço o Fávaro há muitos anos. Quando fui ministro da Agricultura, ele presidia a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). É uma liderança tranquila e tem boas características”, disse ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. “Tem boas condições para ser um competente ministro da Agricultura. Não tenho a menor dúvida. Vamos apoiá-lo e estou torcendo por ele”, acrescentou.
Entre as características do senador, o ex-ministro citou o fato de Fávaro ser produtor rural e conhecer a atividade agropecuária, ser uma liderança do setor de soja e milho mato-grossense, conhecer a máquina pública por ter sido vice-governador e secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, conhecer o Parlamento como senador e ter sido o coordenador do grupo técnico da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da equipe de transição. “Ele é líder inconteste do setor de soja e milho no seu Estado e sabe se comportar como tal na relação com o setor privado e o governo. Ele tem habilidade e características que lhes dão condições para ser um ministro da Agricultura competente. Como coordenador do grupo técnico da transição, ele tem um cardápio de soluções que pode apresentar porque participou da sua formulação”, afirmou.
Na avaliação de Rodrigues, a nomeação de Fávaro deve facilitar a reconstrução de pontes do setor produtivo com o novo Executivo. “O que não facilita é essa divisão (da estrutura do Ministério da Agricultura). Fávaro é agente positivo de entendimento com o setor privado”, apontou.
O ex-ministro criticou a divisão do Ministério da Agricultura entre Agricultura e Pecuária, Desenvolvimento Agrário e Pesca. “É uma pena dividir o ministério em três e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ir para o MDA. A Conab é um órgão importante para política agrícola. Fávaro tem condições de sobra para tocar as três áreas juntas”, avaliou.
Rodrigues apontou que o Ministério da Agricultura depende da integração de vários outros órgãos do governo, como os Ministérios do Planejamento, da Fazenda, de Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia. “O ministério tem que ter relacionamento com outros órgãos e agora ainda com órgãos do agro, o que exige do ministro disposição muito grande de diálogo, debate e disputa orçamentária com outros ministros. Acho uma pena essa divisão, mas confio que Fávaro terá capacidade de negociar com todos inclusive com o MDA e Pesca”, acrescentou.