Na Live UOL, desta última quinta-feira (12), o colunista do Felipe Moura Brasil comentou os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em seu cartão corporativo.
Segundo planilhas que se tornaram públicas agora —por meio da Lei de Acesso à Informação— R$ 27,6 milhões foram gastos pelo ex-presidente, entre 2019 e 2022. Até então, o governo Bolsonaro argumentava que deixaria os valores em sigilo até o fim do mandato, seguindo um trecho da própria lei.
Para Felipe Moura Brasil, entre os dados revelados, há elementos suspeitos que precisam ser analisados.
“Isso já acontece há muito tempo com vários governos, mas não exime nenhum deles da responsabilidade pelos próprios excessos e abusos. Há elementos nessas revelações que vieram à tona e que merecem um escrutínio maior, já que diversos itens são bastante suspeitos. E é preciso haver uma certa prudência na hora de se fazer essa análise”, comentou.
“Existe uma irresponsabilidade geral e uma acusação desenfreada com base em elementos que ainda precisam ser colocados dentro de um contexto. A partir do momento em que eles são colocados e a suspeita permanece, aí passamos para uma nova etapa”, disse Moura Brasil.
Na análise do colunista, falta transparência no uso do cartão corporativo.
“Os gastos com cartão corporativo são muito elevados e faltam critérios tanto para esses gastos quanto para a devida transparência e isso já não existe há muito tempo”, comentou Moura Brasil, criticando também a ausência de limites para as despesas.
“Qualquer funcionário de empresa que recebe vale-alimentação tem um limite para gastar. Onde já se viu não haver limite nenhum? Toma aqui um cartão para você gastar com comida o quanto você quiser. Isso não existe. Fora os milhões e milhões de brasileiros que têm contratos que nem incluem alimentação e utilizam o próprio salário para as despesas. Todos eles fazem um cálculo do quanto podem gastar, diferentemente do político que, além do salário, tem um monte de benefícios sem limites”.