O entono de Jair Bolsonaro dá como certa a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, após o atentado contra o candidato norte-americano no sábado. A vitória de Trump é vista como essencial na estratégia traçada por Bolsonaro, que ainda acredita na chance de reverter sua inelegibilidade para concorrer ao Palácio do Planalto em 2026. A chance de qualquer mudança de cenário, no entanto, não tem qualquer sinal concreto.
Integrantes do clã Bolsonaro afirmam que Trump se comprometeu a pressionar o governo e o Judiciário brasileiro, se for eleito presidente dos EUA. A conversa sobre o tema, segundo membros do PL, teria acontecido com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, há cerca de quatro meses. O filho 03 do capitão reformado é a principal ponte do pai com lideranças estrangeiras de extrema direita.
A leitura que Bolsonaro e seu entorno externam é que Trump exercerá uma pressão pública sobre os ministros Supremo Tribunal Federal (STF), com um discurso alinhado ao dos bolsonaristas de que o ex-presidente seria um perseguido político, ignorando as infrações e crimes apontados contra ele pela Justiça Eleitoral e a Polícia Federal.
Membros do Itamaraty consideram a estratégia um tiro no pé. Eles avaliam que qualquer tentativa de interferência externa por parte Trump no cenário brasileiro pode recrudescer a atuação do Judiciário em relação a Bolsonaro, seja na esfera civil ou criminal.
Bolsonaro tem esperança de que uma campanha de Trump a seu favor possa fazer o Judiciário reverter sua condição de inelegível. Esse caminho seria facilitado pela presença de Kássio Nunes Marques na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e André Mendonça como vice na corte, durante as eleições de 2026. Bolsonaro foi quem indicou os dois ministros para o STF.
O próprio presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que “Bolsonaro acha que vai ser liberado para concorrer às eleições pet STF”, ao ser perguntado por jornalistas sobre a anistia trabalhada pelo PL em um projeto no Congresso Nacional.